Título: Transporte pesa na conta
Autor: Daniele Carvalho
Fonte: Jornal do Brasil, 31/08/2005, Economia & Negócios, p. A21
O diretor de energia da Novelis do Brasil, Cláudio Campos, criticou o custo de transporte de energia do Brasil, que transformou o investimento na construção da hidrelétrica de Candonga num mau negócio para a empresa. - Nós pagamos duas vezes mais para transportar que para produzir. Atualmente, é mais barato comprar a energia na porta da fábrica - reclamou.
A indústria está localizada em Ouro Preto, a menos de 100 quilômetros da usina inaugurada ontem, na divisa dos municípios de Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado, na Zona da Mata mineira.
A hidrelétrica, que tem potência instalada de 140 Megawatts (MW), pertence ao Consórcio Candonga, formado pela Vale, com 50% de participação, e pela Novelis do Brasil, com outros 50%.
A Novelis do Brasil é subsidiária da Novelis Inc., líder mundial em produtos laminados de alumínio e que entrou em operação em janeiro deste ano, após o desmembramento dos negócios laminados da Alcan, em todo o mundo. No Brasil, além das instalações em Minas Gerais, a empresa, que produz 300 mil toneladas de chapas de alumínio e faturou cerca de US$ 900 milhões em 2004, opera outra unidade de alumínio primário em Aratu (BA), duas unidades de laminados em Pindamonhangaba e Santo André, ambos em São Paulo, um centro de reciclagem de latas de alumínio e uma indústria de coque calcinado em Cubatão, ainda em São Paulo.
Segundo o diretor da Novelis, a produção de alumínio exige consumo intensivo de energia, razão pela qual a empresa decidiu investir na construção e ampliação das usinas existentes. O presidente da Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, também se queixou dos custos de transportes, que estariam inviabilizando os investimentos em projetos de uso intensivo de eletricidade, como níquel e cobre. Os dirigentes mostraram-se preocupados com a possibilidade da repetição do racionamento de energia ocorrido em 2001.