O Estado de S. Paulo, n. 46637, 25/06/2021. Metrópole, p. A15

Após imunização, Botucatu tem queda de 48% em casos

José Maria Tomazela


Cinco semanas após a imunização em massa com a vacina Oxford/Astrazeneca, a cidade de Botucatu, no interior de São Paulo, registrou queda de 48% na média de casos positivos de covid-19. Na semana de 13 a 19 de junho, a média diária foi de 73 relatos, enquanto na anterior havia sido de 141. A média semanal é a mais baixa desde o início de maio. Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, o número de testes positivos teve redução de 50% e as internações caíram 40%. Cidades da mesma região registraram aumento de casos no período considerado. Em Avaré, a média diária subiu 34%. Em Bauru, a alta foi de 5,76% no mesmo período.

Números do governo paulista também indicam que, ao contrário do que aconteceu em Botucatu, no Estado os casos positivos de covid-19 aumentaram no mesmo período. Na semana de 13 a 19, enquanto essa cidade registrava queda, a média móvel paulista subia para 17.661 casos diários, alta de 31%.

Para o secretário André Spadaro, esses indicadores podem ser atribuídos diretamente à vacinação e estão dentro do cronograma esperado. "Se considerarmos de hoje a 14 dias atrás, a queda nos casos positivos é da ordem de 60%, indicando que a tendência de redução persiste. A pressão por leitos no Hospital das Clínicas (referência para covid-19) continua elevada, visto que atende a mais de 30 municípios da região. Infelizmente, a transmissão está elevada em todo o interior do Estado."

Nas fronteiras. Um estudo liderado pelo infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Júlio Croda vai avaliar o impacto e a efetividade da vacina em uma população de 150 mil pessoas. Elas vivem em 13 municípios na região da fronteira de Mato Grosso do Sul.

Segundo o pesquisador, as aplicações devem começar na semana que vem e devem durar de 15 a 21 dias. O estudo usará o imunizante da Janssen, de dose única, em um público entre 18 e 50 anos de idade, com o objetivo de criar um "cinturão sanitário". Segundo Júlio, a preocupação com a região de fronteira está relacionada às variantes do novo coronavírus. Com a circulação maciça entre Brasil, Paraguai e Bolívia, aumentam as chances de contaminação. / Colaborou Lucia Morel, Especial para O Estadão