Título: Cai investimento na América Latina
Autor: Sabrina Lorenzi e Samantha Lima
Fonte: Jornal do Brasil, 01/09/2005, Economia & Negócios, p. A17

O crescimento da infra-estrutura na América Latina e no Caribe passa por uma desaceleração devido ao declínio dos investimentos dos setores público e privado, informou o Banco Mundial. A região teria de dobrar ou triplicar os 2% do Produto Interno Bruto (PIB) que investem no setor para alcançar o crescimento registrado por países como a China e a Coréia do Sul, segundo o relatório.

Essa tendência foi desencadeada por uma redução deliberada dos financiamentos governamentais destinados a projetos de energia elétrica, rodovias e telecomunicações, diante da escassez de recursos. A queda foi intensificada pelo declínio dos financiamentos privados: o total investido despencou para US$ 16 bilhões em 2003, contra os US$ 71 bilhões em 1998, estima o banco.

Encontrar uma forma de elevar os investimentos em infra-estrutura resultaria em um aumento anual entre 1,4% e 1,8% do PIB per capita dessas regiões, aponta o relatório.

- O aumento dos investimentos em infra-estrutura representa um desafio considerável para os governos da América Latina e do Caribe - avalia Marianne Fay, economista-chefe do setor de infra-estrutura para a região do Banco Mundial.

Os países da América Latina e do Caribe registraram crescimento conjunto de 5,7% em 2004. A taxa deve cair para 4,1% este ano, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). A economia chinesa cresceu 9,5% e deve expandir-se 8,5% este ano. Cerca de 93% dos investimentos estrangeiros destinados à região são destinados a Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru.

O relatório alertou que os governos da região não devem adotar medidas extremas em sua tentativa de obter investimentos estrangeiros, como a criação de salvaguardas.