Correio Braziliense, n. 21495, 22/01/2022. Brasil, p. 6

Ministério inclui CoronaVac

Maria Eduarda Cardim
Gabriela Bernardes*


O Ministério da Saúde incorporou a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, sob licença da farmacêutica chinesa Sinovac, à campanha de vacinação de crianças e adolescentes. A decisão foi comunicada, ontem, pela pasta, um dia depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter aprovado o uso emergencial para a  imunização contra a covid-19 para a faixa etária de 6 aos 17 anos.

De acordo com o ministério, o Butantan foi procurado para verificar quantas doses do imunizante há disponíveis para pronta entrega — a instituição anunciou que pode adiantar 7 milhões. O novo contrato de fornecimento, porém, não foi fechado, pois a pasta ainda dispõe de doses da CoronaVac em estoque.

Aliás, segundo o Butantan, a quantidade pode aumentar conforme interesse do governo federal. O instituto Butantan começou a fornecer para o governo de São Paulo outros 8 milhões de doses, que estão sendo repassadas aos 645 municípios paulistas.

Inventário

Segundo o secretário-executivo do ministério, Rodrigo Cruz, 6 milhões de unidades da CoronaVac estão estocadas e podem ser distribuídas aos estados para a vacinação de crianças e adolescentes. O medicamento será o mesmo aplicado em adultos, pois foi desenvolvido por meio do tradicional método de utilização do vírus inativado. No entanto, antes de remeter, a pasta consultará os estados sobre a necessidade de receberem mais doses.

“A ideia é ver com os estados quantas tem na rede estadual e municipal para que a gente faça uma distribuição mais equânime dessas doses. Inclusive, solicitar que nos informem se têm desejo de receber a CoronaVac e a Pfizer. A partir daí, vamos distribuir os 6 milhões de doses do estoque”, disse Rodrigo Cruz. Esse levantamento dos estados e municípios será encaminhado ao ministério até segunda-feira.

A pasta calcula que existem aproximadamente 3 milhões de doses da CoronaVac na rede de frios dos estados que podem ser utilizadas, imediatamente, na vacinação de crianças e adolescentes. Rodrigo Cruz explicou, ainda, que o ministério identificou 12 estados com estoque baixo da vacina — Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, Sergipe, Acre, Amapá, Pará, Roraima, Tocantins, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina — e que, para suprir uma necessidade inicial, enviará novas doses. Serão aproximadamente 733 mil doses para suprir a emergência.

“Todos aqueles estados que apresentaram uma disponibilidade abaixo de 40 mil no estoque, o ministério mandará de forma emergencial o quantitativo de doses suficientes para poder imunizar 10% da população na faixa etária a que são destinadas. Para que eles não fiquem parados na imunização deste grupo”, informou.

Depois desse envio de doses do estoque, o ministério terá a real noção de o quanto será necessário comprar do Butantan. “Quando a gente receber todas as informações dos estados de quantitativo de doses, o ministério vai conversar com o Butantan e, se necessário, a gente pode adquirir novas doses”, salientou Cruz.