Título: PIB americano decepciona
Autor: Courtney Schlisserman e Joe Richter
Fonte: Jornal do Brasil, 01/09/2005, Economia & Negócios, p. A19
Preço da gasolina limitou avanço no segundo trimestre
O crescimento econômico dos Estados Unidos ficou abaixo do esperado e desacelerou para a taxa anualizada de 3,3% no segundo trimestre deste ano após os consumidores, atingidos pela alta dos combustíveis, terem adotado uma redução de gastos maior do que a prevista pelo governo americano.
No mês passado, a projeção para o PIB era de crescimento de 3,4%, enquanto nos primeiros três meses do ano o avanço foi de 3,8%.
Além disso, este mês, o Chicago PMI, índice que mede o nível de atividade industrial dos EUA, registrou a primeira contração desde abril de 2003. Segundo a Associação Nacional dos Gerentes de Compras de Chicago, responsável pelo índice, o Chicago PMI caiu para 49,2 pontos em agosto, contra 63,5 pontos em julho. O resultado representou o maior declínio já registrado pelo indicador entre dois meses.
Uma das reações imediatas ao resultado do PIB foi o comportamento dos títulos do Tesouro dos EUA, cujos retornos deram ontem o primeiro sinal de inversão na curva, algo que, segundo analistas, costuma ocorrer antes de uma recessão.
Os títulos com vencimento em dois anos fecharam com retornos maiores que os títulos com vencimento em três anos, enquanto o normal é que, quanto mais longo o prazo, maior seja o retorno.
E como o preço dos combustíveis foi fator determinante para o comportamento acanhado do PIB, a mercado ontem ficou de olho nas cotações do petróleo. Na Bolsa de Nova York, o barril chegou a ser negociado a US$ 70,65, mas fechou valendo US$ 68,94, queda de 1,25%, em razão da decisão do governo de fazer empréstimos de petróleo da reserva estratégica para manter a produção de gasolina e de outros destilados. O recuo da commodity contribuiu para animar as bolsas, que fecharam em alta a despeito do anúncio do crescimento econômico.
Com isso, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subiu 0,66%, com 10,481 pontos, enquanto o Nasdaq, da bolsa eletrônica, avançou 1,05%, com 2.152 pontos.