O Estado de S. Paulo, n. 46638, 26/06/2021. Metrópole, p. A24
50 postos de SP ficam sem vacina; zona sul tem quadro pior
Ao menos 50 dos 520 postos de saúde da cidade de São Paulo, ou 9,6%, apresentaram falta de vacina contra a covid-19 no início da tarde desta sexta-feira. No início da noite, 47 ainda apareciam como "não funcionando", apesar da previsão de operação ser até 19h. Segundo dados da plataforma "Filômetro", a zona sul é a região mais afetada pelo desabastecimento, com 38 de 159 unidades aguardando o remanejamento de doses para reiniciar a imunização.
Nesta sexta, a prioridade da Prefeitura foi vacinar pessoas de 47 anos. Para isso, a gestão municipal contou com um lote de 1oo mil doses. Desse total, 60 mil são da Astrazeneca e 40 mil da Pfizer, imunizante que precisa ficar armazenado em temperaturas muito baixas.
Entre os locais que interromperam a vacinação estão quatro drive thrus (Arena Corinthians, Clube Atlético Monte Líbano, Shopping Campo Limpo e Shopping Jardim Sul) e dois megapostos (Centro Empresarial São Paulo e Shopping Ibirapuera). O horário de referência usado pela reportagem foi 12h30.
Na Vila Andrade, região da Favela de Paraisópolis, todas as cinco unidades interromperam o atendimento ao público. Já em Moema os dois postos estavam funcionando, embora com "filas grandes", de acordo com a plataforma.
O Filômetro também apontava que havia alta procura no início da tarde em pelo menos 51 locais, todos com filas longas. A plataforma foi desenvolvida pela gestão Ricardo Nunes (MDB) para informar a população sobre a situação dos postos de saúde em tempo real. O balanço aponta, ainda, que todos os dez postos do centro estavam abertos, mas três registraram "fila grande" e dois, "fila média". Na zona oeste, as 30 unidades funcionaram, mas 14 tiveram filas médias ou grandes.
A situação dos postos de saúde é dinâmica e varia com fatores como procura pelo imunizante, estoque disponível e tempo hábil para chegar novas doses. Na quinta-feira, a capital paulista chegou a ter ao menos 114 postos fechados, principalmente na periferia. Na ocasião, a Prefeitura atribuiu o cenário à alta adesão da campanha e também à entrega em cima da hora do lote que seria usado naquele dia. O Estadão procurou a Secretaria Municipal da Saúde nesta sexta-feira, mas não houve resposta aos questionamentos até as 21 horas.