Título: Petrobras minimiza alta do petróleo
Autor: Ricardo Rego Monteiro
Fonte: Jornal do Brasil, 01/09/2005, Economia & Negócios, p. A20

Mesmo com o aumento da cotação internacional do petróleo para US$ 70, a Petrobras manterá inalterada a política de preços dos combustíveis, que procura evitar a transferência da volatilidade das cotações no exterior para os derivados. O diretor da Área Financeira da empresa, Almir Barbassa, justifica que, mesmo sem o repasse, a cada US$ 5 de variação do barril, a estatal tem aumentado em US$ 2,5 bilhões sua geração de caixa. Segundo ele, o aumento da produção interna tem compensado financeiramente a empresa.

Para Barbassa, a alta recente dos preços internacionais deve-se exclusivamente aos efeitos do furacão Katrina, que incluem a parada da produção das plataformas e a suspensão das operações das refinarias da Louisiana. Segundo o executivo, porém, o anúncio de anteontem da Arábia Saudita, que prometeu aumentar em mais de 1 milhão de barris/dia sua cota de produção, deverá contribuir para o recuo das cotações.

- Isso (o aumento da Arábia Saudita) tranqüiliza o mercado, mas é difícil saber aonde os preços vão chegar. Há crescimento real da demanda mundial - disse Barbassa.

Com relação à maior geração de caixa da empresa, o executivo revelou que, entre a metade de 2004 e meados deste ano, os preços da empresa aumentaram 40% em dólar. Tal fato, segundo ele, contribuiu para o resultado financeiro do primeiro semestre. A tendência, segundo ele, é de novos resultados positivos este ano.

O gerente executivo da Área de Exploração e Produção da Petrobras, José Luiz Marcusso, anunciou que a companhia não só reduzirá, já na próxima semana, o volume total de gás natural que é queimado durante o processo de produção de petróleo, como fixou meta de 10%, para 2006, da proporção de queima do insumo.

Segundo reportagem publicada pelo JB no domingo, entre maio do ano passado e maio de 2005, o volume de gás queimado aumentou de 3 milhões de metros cúbicos por dia para 10,1 milhões de metros cúbicos. Marcusso atribuiu o aumento ao defeito, já solucionado, em um compressor instalado em Urucu (AM) e afirmou que a queima voltará ao patamar anterior.