Correio Braziliense, n. 21517, 13/02/2022. Política, p. 2
Bolsonaro abaixa o tom
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ontem que trabalha junto à Petrobras para reduzir o valor dos combustíveis "de forma legal". Ainda assim, o chefe do Executivo voltou a negar que vá interferir na política de preços da estatal.
"Estamos tentando, sim, de forma legal, junto ao presidente da Petrobras (Joaquim Silva e Luna), os diretores, presidentes dos conselhos, ver o que se pode fazer para produzir petróleo, diesel e gasolina em especial, o mais barato possível na ponta da linha", declarou o Bolsonaro em entrevista ao ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PROS) na Rádio Tupi.
O salto no preço dos combustíveis tem impactado a inflação e, consequentemente, a popularidade do governo em ano eleitoral. Presidente costuma criticar a política de preços da Petrobras, que atrela o reajuste dos combustíveis à cotação do petróleo no mercado internacional.
Apesar de relatar tratativas com o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, Bolsonaro, mais uma vez, negou interferência na empresa. "Não podemos ser irresponsáveis. A gente não pode interferir no preço do combustível. Essa foi a política adotada pelo PT lá atrás. A Petrobras está trabalhando muito bem", seguiu o presidente.
Na quarta-feira, em discurso marcado por palavrões voltados a governos anteriores, em visita à Barragem de Oiticica, em Jucurutu (RN), Bolsonaro prometeu empenho contra a alta dos preços e reiterou críticas indiretas ao Supremo Tribunal Federal (STF). "No corrente ano, vamos nos empenhar para baixar a inflação e também conseguir mais empregos", disse o chefe do Executivo, sem citar os dados atuais, mas reconhecendo o salto no valor dos combustíveis, um dos motivos da perda de popularidade do presidente, que tenta a reeleição.