Título: EUA pedem ajuda ao mundo
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Fonte: Jornal do Brasil, 05/09/2005, Internacional, p. A8

Pela primeira vez na história, a Casa Branca enviou ontem pedido oficial de ajuda à União Européia (UE) para socorrer as vítimas do furacão Katrina. O documento foi despachado ontem e lista os itens de que os Estados Unidos precisam o mais rápido possível: kits de primeiros socorros, cobertores, caminhões-pipa e 500 mil pacotes de comida pronta. O país também pediu à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) o envio de equipes de socorro médico e apoio logístico.

A operação de emergência para atender ao pedido dos EUA está sendo coordenada pelo Mecanismo Comunitário de Defesa Civil da UE, que será monitorado pelo governo do Reino Unido, já que o país exerce a presidência da União Européia nesse semestre. Na OTAN, a coordenação do socorro será de responsabilidade do Centro Euro-Atlântico de Coordenação de Resposta a Desastres.

Segundo o ministro do Meio Ambiente da UE, Stavros Dimas, o bloco está pronto para oferecer todo tipo de ajuda disponível. E mais de 60 países já manifestaram a intenção de enviar socorro. Assim, a partir, do pedido oficial feito por Washington, já foi decidido que um enviado especial embarcará para os EUA o mais rápido possível e Bruxelas iniciou contatos com as capitais de todos os países-membros da União Européia. Até agora, está decidido que a Grã-Bretanha vai enviar comida e França, barracas, cobertores, equipamento de cozinha e camas de campanha. O material está na Martinica, ilha caribenha que é território francês. Alemanha já despachou 25 toneladas de comida e um avião militar italiano também decolou ontem com kits de primeiro socorro para 15 mil pessoas.

O Canadá, vizinho dos americanos, foi o primeiro país a enviar tropas, que já estão participando das ações de emergência. No fim de semana, o país já estava se preparando para mandar 35 mergulhadores militares para ajudar nos trabalhos de recuperação.

O Kuwait também se manifestou ontem. Segundo o ministro de Energia, xeque, Ahmad Fahd al-Sabah, o país está disposto a doar US$ 500 milhões em produtos derivados do petróleo para as vítimas do furacão que devastou o centro de produção de petróleo dos EUA.

- Nós, os kuwaitianos, sentimos que é nosso dever permanecer ao lado de nossos amigos para aliviar esta tragédia humanitária e manifestar nossa gratidão pelo apoio que Washington nos dá - disse o ministro. O Qatar já ofereceu R$ 100 milhões, e o Afeganistão, país que sofre com a miséria, e terra do terrorista Osama bin Laden, responsável pelos ataques de 11 de setembro, ofereceu US$ 100 mil.

Na contramão da mobilização mundial para ajudar as vítimas do pior desastre natural enfrentado pela superpotência, o braço iraquiano da rede Al Qaeda comemorou a tragédia americana.

O comunicado divulgado ontem por um site muçulmano, é assinado pelo terrorista Abu Musab al-Zarqawi. ''Felicitações à nação islâmica, ao nosso xeque Osama bin Laden e ao xeque Ayman Zawahiri pela destruição da América, cabeça-de-ponte da infidelidade. É o início de seu afundamento,'' Zawahiri é o número dois da Al Qaeda.

O presidente George Bush volta hoje à área atingida pelo furacão, acompanhado dos secretários de Estado, Condoleeza Rice, e de Defesa, Donald Rumsfeld.