Título: Aliança PPS-PDT em busca de petistas
Autor: Paulo Celso Pereira e Sérgio Duran
Fonte: Jornal do Brasil, 06/09/2005, País, p. A6

As dissidências do PT prometem ser o principal ingrediente de mudança do quadro eleitoral em 2006. Além do P-Sol, que se tornou a primeira alternativa para os integrantes da chamada ''esquerda do PT'', PDT e PPS começam a colher frutos. Ontem, o deputado estadual Paulo Pinheiro, que há menos de um mês anunciou o desligamento do PT, comunicou que vai se filiar ao PPS.

A mudança é apenas a primeira de uma série. Na lista dos próximos parlamentares petistas que podem se filiar ao PPS ou ao PDT estão os senadores Cristovam Buarque, Delcídio Amaral e Saturnino Braga e o deputado federal André Costa, que já se desligou do PT. Além deles, o PPS também tem ''conversas adiantadas'' com o ex-secretário Nacional de Segurança Pública, Luiz Eduardo Soares.

- Estamos buscando um fortalecimento para as eleições de 2006. Existem grandes nomes que agora procuram outra legenda para abrigar suas bandeiras - explica o presidente regional do PPS, Comte Bittencourt.

A idéia é formar uma bloco partidário que seja a alternativa da esquerda que considera os discursos do P-Sol e do PSTU radicais demais. Por trás do movimento está também a luta pela existência dos partidos, caso seja aprovada a cláusula de barreira que limitará o espaço das legendas que tiverem menos de 5% dos votos. Por isso a tantativa de trazer políticos que tenham grande votação.

Só no Estado do Rio já foram para o PPS os vereadores Ismael Lopes (ex-PT), de Mesquita, Otávio Cabral (ex-PSDB), de Campos e o vice-prefeito de Barra Mansa, Arnaldo dos Reis Borges (ex-PMDB). A aliança PDT-PPS pode ainda ser ser apoiada pelo PV e pelo minúsculo PHS.

Nessa polarização, o grupo já tem a deputada Denise Frossard como pré-candidata ao governo do estado em 2006. Para a Presidência da República, aparecem três nomes: Roberto Freire e Cristovam Buarque pelo PPS, e Jefferson Peres pelo PDT. E pelo Senado já há entendimentos em torno do nome de Fernando Gabeira (PV).

O presidente do PDT, Carlos Lupi, já conversa sobre a possibilidade de formar uma federação partidária, mas é receoso:

- O momento é de aguardar a aprovação da medida no Congresso. Acho difícil que a matéria seja votada até o dia 30 - analisa.