Título: Protesto contra a violência
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 08/09/2005, País, p. A2

No Centro do Rio, um protótipo feito de papel do ''Caveirão'' - carro blindado do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) - e máscaras de Luís Inácio Lula da Silva, Antônio Palocci, Marcos Valério e César Maia arderam em chamas, em frente ao monumento a Zumbi dos Palmares. O protesto encerrou o desfile do ''Grito dos Excluídos'', na Avenida Presidente Vargas, que reuniu 800 pessoas, após a parada cívica-militar.

Dividido em seis alas, o bloco rompeu o cordão de isolamento do 5º BPM (Praça da Harmonia), e entrou na avenida com os índios Pataxós de Coroa Vermelha ocupando a comissão de frente. Com faixas, cartazes e cantando hinos de protesto, integrantes de movimentos populares, sindicalistas, sem-terra, simpatizantes de partidos políticos e estudantes exibiram a insatisfação com a corrupção, a violência e o desemprego.

Os índios estavam vestidos a caráter e reclamaram da Prefeitura do Rio que proíbe a venda de artesanatos em Copacabana. A Guarda Municipal recebeu uma sonora vaia ao participar do desfile. O Regimento de Cavalaria Montada do Exército e carros da Rede Globo também foram vaiados.

Cada ala apresentou um tema de protesto. A ''Inimigos da Humanidade'' criticou o Fundo Monetário Internacional e o imperialismo dos Estados Unidos, enquanto a ''Contra a Violência'' exibiu o protótipo do ''Caveirão'' para simbolizar a violência policial.

Há onze anos protestando no Dia da Independência, o ''Grito dos Excluídos'' trouxe este ano como lema: ''Brasil, em nossas mãos a mudança''. A governadora Rosinha Matheus não compareceu. Foi representada pelo vice Luiz Paulo Conde.