Título: Lanchas de visitantes assustam golfinhos
Autor: Florença Mazza
Fonte: Jornal do Brasil, 04/09/2005, Rio, p. A25

A pesquisa sobre os mamíferos aquáticos nas Cagarras é recente e começou com as saídas do Ecomama, em março de 2004. Os pesquisadores ainda não sabem o que atrai os animais àquela região nem quantos eles são. A falta de informação, além de dificultar a vida dos pesquisadores, torna-se mais uma ameaça aos mamíferos: ¿ As pessoas não sabem como lidar com os golfinhos. Jogam as lanchas na sua direção e tentam nadar com eles ¿ diz Liliane, que comanda uma campanha de educação ambiental, distribuindo folders para pescadores e visitantes das Cagarras.

O coordenador do projeto Maqua, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), José Laílson Brito Junior, acredita que a conscientização é o caminho para garantir a proteção das espécies.

¿ As embarcações se aproximam demais, sem manter a distância adequada dos golfinhos ¿ reclama Laílson, acrescentando que já foram vistos, nas Cagarras, baleias orca, jubarte, franca e de bryde.

Para Carlos Rangel, da UFF, a desinformação é mais uma ameaça ao arquipélago: ¿ Ali pode haver espécies raras sem que ninguém tenha conhecimento. Ou pior: podem ter existido algumas que hoje já não existem mais.

Os pesquisadores querem elaborar uma listagem das espécies de peixes existentes nas Cagarras para depois estudar as comunidades e os impactos sobre elas. Nos mergulhos iniciados em junho, Rangel se surpreendeu com as espécies avistadas.

¿ Na Ilha Comprida, mais perto do emissário submarino, vimos tricolor, peixe-papagaio e até o néon, ameaçado de extinção ¿ comemora.