Título: Inflação cai em agosto
Autor: Sabrina Lorenzi
Fonte: Jornal do Brasil, 07/09/2005, Economia & Negócios, p. A19

A deflação dos alimentos e a desacaleração das tarifas de telefone e dos preços dos combustíveis levaram à queda do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que entre julho e agosto passou de 0,25% para 0,17%. O desempenho dos preços em agosto fez a inflação acumular apenas 3,59% no ano, número bem abaixo dos 5,14% registrados no mesmo período de 2004. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumulou 6,02% nos últimos 12 meses.

Em deflação há três meses seguidos, os alimentos acumulam redução de 2,15% nos preços. Em julho, o recuo foi de 0,77%, passando para -0,73% em agosto. Os preços dos combustíveis, por sua vez, subiram menos. O álcool, que vem subindo sob influência das cotações da cana-de-açúcar, teve 1,58% de variação, menos do que em julho (2,05%). Da mesma forma, a gasolina, acompanhando o comportamento do álcool utilizado em sua mistura, passou de 0,87% para 0,34%.

O economista do Instituto Fecomércio, João Carlos Gomes, acredita que, com a desaceleração do IPCA, o índice caminha para fechar 2005 abaixo da meta ajustada pelo Banco Central, de 5,1%. Ele destaca que a desaceleração em relação a julho foi registrada graças a um impacto bem mais brando do aumento do telefone fixo, que foi o grande responsável pela alta do IPCA-15 de agosto.

Ontem, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) também divulgou o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), que apontou deflação de 0,79% em agosto. Em julho, o indicador registrou queda de 0,40% nos preços. Segundo o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, o ciclo de queda de preços é o mais intenso em mais de 50 anos.

Entre os componentes, o maior declínio foi registrado no Índice de Preços por Atacado (IPA), que aumentou a deflação de 0,69% em julho, para 1,04% em agosto. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) passou de variação positiva de 0,13% para negativa de 0,44%. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) desacelerou de 0,11% para 0,02%.