Título: Novo relatório não inclui Azeredo
Autor: Fernando Exman e Paulo de Tarso Lyra
Fonte: Jornal do Brasil, 09/09/2005, País, p. A2

A CPI dos Correios deverá concluir na próxima semana um novo relatório parcial sobre as irregularidades encontradas nos contratos de licitação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). O relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), adiantou que o documento não conterá novos nomes de parlamentares suspeitos de envolvimento com o chamado valerioduto.

Negou assim boatos de que o texto faria menção ao senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que teria recebido R$ 9 milhões de Marcos Valério em 1998, quando era candidato à reeleição ao governo de Minas Gerais.

Segundo o relator, para que a comissão apure a veracidade dessa denúncia, seria necessário ampliar o leque das investigações, e isso poderia atrasar a conclusão do seu relatório final, prevista para novembro próximo.

- Nós não temos absolutamente nada levantado em relação às eleições de Minas Gerais, em 1998. Não definimos sequer se vamos fazer essa investigação. Temos tantos pontos ainda por serem investigados que, conforme tenho dito, a CPI não vai abafar nada.

Na próxima semana, a CPI dos Correios retomará os depoimentos, depois de uma semana dedicada a trabalhos internos. Na terça-feira, a sub-relatoria de Movimentação Financeira ouvirá a presidente do Banco Rural, Kátia Rabelo, e mais dois diretores da instituição.

No mesmo dia, a sub-relatoria de Contratos ouvirá dois dirigentes da Skymaster e o proprietário da empresa Novadata, Mauro Dutra. Na quarta-feira, os parlamentares ouvirão, no plenário da comissão, o ex-ministro e atual chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Luiz Gushiken.

Ontem, o deputado Robson Tuma (PFL-SP), relator da comissão de sindicância da Corregedoria da Câmara, deixou claro que vai acompanhar a indicação das CPIs dos Correios e do Mensalão e pedir a abertura de processo no Conselho de Ética contra todos os envolvidos no mensalão, incluindo os 18 deputados citados pelas duas comissões de inquérito.

Tuma, no entanto, não adiantou se outros parlamentares vão ser citados, já que no total foram feitas 31 representações.

- Vamos encaminhar a documentação tanto para a Polícia Federal, como para o Ministério Público e também, no caso de parlamentares, para o Conselho de Ética da Câmara - afirmou.