Título: Senador suspeita de Banco Santos
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 09/09/2005, País, p. A4

Uma série de documentos recebidos pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR) ligam o Banco Santos a empresas envolvidas com o escândalo do mensalão. O Banco Santos pertence a Edemar Cid Ferreira e está em processo de liquidação pelo Banco Central. A documentação inclui todas as operações da Corretora PDR, do Mato Grosso do Sul, e foi enviada ao gabinete do senador por um dos sócios da empresa, Paulo Gustavo Arruda de Freitas. Ele tinha 10% da corretora e disse ao senador que seu nome foi ''usado'' pelos sócios.

Paulo informou que o Banco Santos utilizava a corretora para repassar dinheiro para diversas instituições, que pagavam ao banco no exterior e recebiam em reais no Brasil. A corretora teria feito operações de R$ 260 milhões só no ano passado.

Entre as empresas que receberam dinheiro da PDR estão a corretora Bônus-Banval, a empresa Schaim Engenharia e a RS Administração e Construção Ltda, que aparecem no escândalo envolvendo Marcos Valério de Souza. Procurada pelo Jornal do Brasil, a Schaim Engenharia negou ter recebido dinheiro.

A CPI dos Correios deverá chamar os envolvidos para dar explicações, inclusive Edemar Cid Ferreira. A lista de empresas beneficiárias do esquema do Banco Santos inclui dezenas de nomes e algumas empresas são multinacionais.

Um relatório do Ministério Público Federal diz que em maio de 2004 um ex-funcionário do Banco Santos foi procurado por Ricardo Ferreira Souza e Silva, sobrinho de Edemar Cid Ferreira, para que localizasse e adquirisse a baixo custo uma corretora de mercadorias para ser utilizadas nas operações do Banco Santos. Teria surgido aí a PDR.