Correio Braziliense, n. 21611, 18/05/2022. Política, p. 3

PF reforçará segurança de candidatos ao Planalto



Preocupada com o risco de violência e o cenário polarizado das eleições, a Polícia Federal começou a convidar presidentes dos partidos a participar de reunião sobre planejamento de segurança para os candidatos ao Planalto. O encontro deve ocorrer no próximo dia 31, na sede da corporação, em Brasília.

A PF tem antecipado suas ações por temer ataques a presidenciáveis, como aconteceu em 2018, com o então candidato Jair Bolsonaro, em Juiz de Fora (MG). O então postulante do PSL sofreu um golpe de faca na região do abdômen, desferido por Adélio Bispo de Oliveira.

Em fevereiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato ao pleito deste ano, mudou-se de São Bernardo do Campo para São Paulo por motivos de segurança.

O documento entregue aos partidos é assinado pelo delegado Marinho Junior, diretor executivo substituto da PF. A antecipação ocorre por conta do curto período entre as convenções que devem oficializar as candidaturas (de 20 de julho a 5 de agosto) e o início da campanha eleitoral, em 16 de agosto.

O objetivo da reunião é definir o número de agentes e como será feita a segurança dos envolvidos. A quantidade vai depender do que o político pode demandar e da equipe particular que ele tem condições de contratar.

Vários agentes têm passado por treinamento especializado na Academia de Polícia Federal. A corporação estima em 30 o número de policiais para cada candidato, que pode mudar dependendo da avaliação de risco. 

O assunto também é alvo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O presidente da Corte, Edson Fachin, admitiu temer ataques violentos no pleito. Uma série de reuniões foram agendadas desde março com órgãos de segurança e autoridades para tratar do tema.

Um estudo do Observatório da Violência Política e Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), publicado em abril, mostrou que aumentou em 48,7% os casos de violência contra lideranças políticas no primeiro trimestre de 2022, em relação ao mesmo período do ano anterior.

A pesquisa contabilizou 113 registros em 23 estados. O Rio lidera o ranking, com 14 casos. Em seguida, Bahia (12), Pará (12) e São Paulo (11). (LP) 

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