Título: Ninguém fiscaliza as trilhas
Autor: Ricardo Albuquerque
Fonte: Jornal do Brasil, 10/09/2005, Rio, p. A13

Montanhistas, geólogos, botânicos, biólogos e freqüentadores das Paineiras reclamam da falta de policiamento nas trilhas das matas. A ausência de fiscais de órgãos ambientais e de policiais de batalhões florestais favorece a utilização desses locais como esconderijo para os traficantes de drogas. ¿ O policiamento cobre apenas as áreas das estradas que levam ao Corcovado e outros pontos asfaltados. Na mata ninguém faz inspeção ¿ critica Maria Eduarda da Silva Antunes, estudante de medicina da Uerj, que costuma caminhar na Estrada das Paineiras. As trilhas são velhas conhecidas de especialistas que estudam espécies encontradas na Mata Atlântica. Qualquer pessoa que suba pelo Parque Lage chega ao Corcovado sem muito esforço, com a opção de descer na Lapa, Santa Tereza, Glória, Botafogo ou Rio Comprido.

¿ A cidade está interligada pelos morros. Essa geografia, espremida entre o mar e a montanha, favorece o deslocamento, o que naturalmente dificulta o trabalho da polícia. Acredito que pelo menos as saídas e as entradas das trilhas devam ser supervisionadas pela PM ¿ constata o biólogo Pedro Dias, que se preocupa com o esvaziamento do turismo ecológico no Parque Nacional da Tijuca, uma das áreas mais afetadas pelo desmatamento e tráfico de animais silvestres.

A criação do Batalhão Florestal do Parque Nacional da Tijuca já foi aprovado pelo governo do estado, mas não há data para a sua construção devido à falta de recursos.