O Estado de S. Paulo, n. 46657, 15/07/2021. Metrópole, p. A17

Análise: MEC ganha mais tempo para definir avaliações

Carlos Lordelo


As redes e escolas começarão a implementar o novo ensino médio em 2022 sem definições muito claras sobre como os estudantes serão avaliados pelo governo federal ao final da etapa. De acordo com o cronograma divulgado ontem pelo Ministério da Educação (MEC), a elaboração das matrizes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terminará no ano que vem, enquanto que as do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) só ficarão prontas em 2024. Estas novas matrizes darão o norte para a construção de provas alinhadas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e ao novo ensino médio.

O alinhamento é essencial para induzir a implementação e verificar se os estudantes desenvolveram as aprendizagens a que têm direito, definidas na BNCC. As definições sobre as avaliações dos itinerários formativos são particularmente sensíveis, pois poderão ter consequências sobre os arranjos curriculares oferecidos.

Se o Enem é o grande vestibular nacional, utilizado no processo seletivo de instituições de ensino superior públicas e privadas, as notas do Saeb apontam como está a aprendizagem nas redes e escolas e compõem o principal indicador educacional do País, o Ideb. Quanto mais informações as redes e escolas tiverem sobre o futuro dessas provas, melhor vão poder desenhar e implementar os novos currículos, formar os profissionais da educação e selecionar materiais didáticos.

É Coordenador de Ensino Médio do Movimento pela Base