Título: Filiações reforçam PMDB e PSDB
Autor: Mariana Santos
Fonte: Jornal do Brasil, 11/09/2005, Brasília, p. D3

Expira no dia 30 deste mês o prazo para filiação de quem quiser concorrer a um cargo eletivo nas eleições de 2006. Com isso, a corrida partidária promete apertar nos próximos 15 dias. Entre o grupo político aliado ao governador Joaquim Roriz, as acomodações partidárias estão se dando de maneira a enriquecer os quadros para garantir ampla representatividade nas Câmaras Legislativa e dos Deputados.

De carona na popularidade do governador Joaquim Roriz, PMDB e PSDB estão sendo inflados com nomes que cresceram nos últimos quatro anos. A orientação é do próprio governador, que vem orquestrando pessoalmente as novas filiações.

Aliados tem sido contatados por telefone para ingressar nos dois partidos. O diretor da Polícia Civil, Laerte Bessa, e outros diretores da PC ingressaram no PMDB. Bessa já posa de candidato, e em lançando plataformas de campanha para deputado federal.

Além dele, o secretário de Agricultura, Pedro Passos, e o administrador de Ceilândia, Rogério Rosso (cujo ingresso na legenda de Roriz deverá acontecer até o fim do mês) também disputarão uma vaga no Congresso Nacional. Rosso ingressaria no PMDB, mas está sendo negociada, como alternativa, sua ida para o partido dos tucanos.

Com menor representatividade, o PSDB vem sendo turbinado por nomes fortes. A secretária de Gestão Administrativa, Cecília Landim, deverá trocar o PMDB pelo ninho tucano. Figuras tarimbadas nos palanques de Roriz, como o presidente da Caesb, Fernando Leite, e o porta-voz Paulo Fona, também são esperança de abrir espaço para o PSDB na Câmara Legislativa.

Até uma das filha do governador, Jaqueline Roriz, está com o ingresso no partido preparado, mostrando que o governador não está interessado em fortalecer apenas o seu PMDB. Convidada a acompanhar a filha e o marido, a primeira-dama Weslian Roriz ficou de avaliar a filiação. Sua candidatura também é disputada pelos partidos.

O ex-deputado federal Jofran Frejat, antigo aliado do governador, também pode estar assinando a filiação em uma das duas legendas nos próximos dias. Filiado ao PP, Frejat está preocupado em enfrentar as próximas eleições em uma sigla cujos dirigentes são acusados de ter recebido o mensalão. Derrotado nas urnas em 2006 na campanha ao Senado, Frejat, que esta semana esteve com Roriz para conversar sobre seu destino político, afirma que não há mais justificativa para permanecer no PP. E conta ainda que recebeu convites do PFL e até do PSB.

- O pessoal de esquerda afirma que nunca votei pressionado por partido, voto de acordo com os anseios da população - conta Jofran.

Vertical -A iniciativa de inflar os dois partidos nasceu a partir da indefinição sobre a queda ou não da verticalização. Caso lancem candidatos próprios à Presidência da República, PMDB e PSDB ficarão em uma situação delicada no DF. Proibidos de coligação, a idéia é garantir um bom número de cadeiras nas duas Casas, independentemente do resultado da corrida ao Palácio do Buriti.

A filiação do ex-ministro Maurício Corrêa no PDT, na expectativa de ser apoiado por Roriz na campanha ao GDF, deverá ocorrer no dia 28 deste mês. Também deverá migrar para o que chama de ''centro-esquerda'' o administrador de Brasília, Clayton Aguiar. Em 2002, ele concorreu a deputado distrital pelo nanico PSD. Clayton afirma que tem convites de 16 partidos.