Título: Crise acelerou queda
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Fonte: Jornal do Brasil, 14/09/2005, País, p. A3
Além da queda recorde na popularidade, a avaliação do governo caiu de 40,3% para 35,8% entre julho e setembro. São os piores índices, desde o primeiro semestre de 2004, quando apareceram denúncias de corrupção envolvendo o ex-assessor da Casa Civil, Waldomiro Diniz. A avaliação negativa do governo aumentou quatro pontos percentuais, enquanto a desaprovação ao desempenho pessoal de Lula cresceu de 30,2% para 39,4%. A deterioração na avaliação popular de Lula e seu governo reflete o agravamento na crise política. A pesquisa, realizada entre os dias 6 e 8 desse mês em 24 estados, já traz a influência sobre o escândalo do ''mensalinho'' que envolveu o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE) e afetou a imagem do Congresso. Para 22,6% dos entrevistados, a corrupção no Brasil ocorre mais no Legislativo do que nos demais poderes. A percepção é reforçada em outro ponto da pesquisa. Os casos de corrupção estão mais vinculados ao PT (39,1%) e ao Congresso (24,2%) do que ao presidente Lula (13,55%) e a seu governo (10,7%).
O que não exime o governo Lula da pecha de corrupto. Um total de 54,4% dos entrevistados acredita que a corrupção aumentou na atual gestão. E 48,9% afirmaram que a corrupção hoje é maior do que no governo anterior. É a primeira vez que a administração de Lula é considerada mais corrupta do que a de Fernando Henrique Cardoso, no levantamento da CNT.
Os entrevistados também se mostram divididos ao avaliar a conduta do presidente diante da corrupção. Ele tem agido de forma adequada para 44,8%, contra 45,1% que desaprovam sua conduta. Mesmo assim, a credibilidade do presidente está em baixa: 38,9%, por exemplo não acreditam mais em seus discursos.
A pesquisa CNT/Sensus também fez simulações para a eleição de 2006. O presidente Lula ganha no primeiro turno mas terá de enfrentar o segundo turno nos seis cenários propostos. O prefeito de São Paulo (SP) José Serra, aparece como seu oponente mais forte, ao emplacar um empate técnico com Lula em simulação de segundo turno.