Título: ''Estou muito tranqüilo''
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 14/09/2005, País, p. A3
Em rápida entrevista ontem na Cidade da Guatemala, onde cumpre agenda oficial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou ''tranqüilo'' em relação ao números divulgados pela pesquisa CNT/Sensus. - Estou muito tranqüilo e fico de vez em quando me perguntando: se não fosse eu e sim um outro presidente que estivesse vivendo essas circunstâncias, possivelmente estaria abaixo de zero nos índices. As pesquisas não refletem o que você pode fazer no governo.
O presidente demonstrou que ainda confia no carisma pessoal:
- Tenho uma relação muito forte com sociedade, muito companheira. Muitos adversários em algum momento pensaram que todas as críticas que fazem poderiam levar o governo a estar, como outros já estiveram, com pontos negativos.
Quando se referiu às situação do ex-prefeito Paulo Maluf, insistiu na mesma tecla de que as investigações não podem privilegiar ninguém:
- Todos que forem comprovadamente pegos cometendo irregularidades têm que ser julgados em igualdade de condições. Não sei quanto tempo o Maluf vai ficar preso. A Polícia Federal vai fazer seu trabalho, como já ocorreu em outros casos.
Pela primeira vez, Lula falou sobre a situação do presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti. E insistiu na tecla da igualdade:
- O que vale para os outros deputados vale para o presidente Severino. Há uma denúncia contra ele, ele diz que é falsa. Cabe agora ao Congresso, com muita maturidade, investigar, e, depois de apurar, tomar a decisão.
O presidente foi indagado se considera Severino politicamente derrotado.
- Não posso analisá-lo politicamente. Só posso falar de fatos. O Congresso Nacional tem instrumentos para fiscalizar e apurar.
E insistiu na tese de que os privilégios devem ser combatidos:
- O Brasil tem que ser justo para todos os brasileiros. Você não pode mais conviver num país onde uma minoria tem todo o privilégio e uma grande maioria não tem direito nenhum. Isso vale para mim e vale para todos.