Título: CSN abre outra unidade de latas
Autor: Daniele Carvalho
Fonte: Jornal do Brasil, 15/09/2005, Economia & Negócios, p. A13

Confiante no crescimento do consumo de bebidas enlatadas, a Metalic Nordeste, empresa controlada pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), aprovou o projeto de expansão da capacidade produtiva, que prevê a construção de uma nova unidade na região Sudeste e a ampliação da atual linha de produção no Ceará.

Para pôr o plano em prática, a empresa vai desembolsar US$ 60 milhões. A nova operação, provavelmente no Rio de Janeiro ou São Paulo, terá capacidade para fabricar 1,2 bilhão de latas por ano, já a partir de 2007.

- Acreditamos que o mercado de embalagens de bebidas em latas cresça, em média, 5% este ano e em 2006. A escolha da região Sudeste foi estratégica por conta da logística, uma vez que o aço utilizado na produção é proveniente da usina de Volta Redonda - explica o presidente da Metalic, Paulo Rochet.

Além da proximidade com a siderúrgica, a nova fábrica também deverá representar a porta de entrada da empresa no mercado da região Sudeste. A Metalic detém 51% do market share de bebidas enlatadas no Nordeste do país, mas apenas 5% no Sudeste. A estimativa de Rochet é de que a futura fábrica eleve esta participação para 17%.

- Vamos tocar as obras de forma que possamos produzir a tempo de envasar latas para o verão de 2007 - diz Rochet, adiantando que está em fase de prospectar clientes para a nova linha.

O executivo explica que a Metalic é a única empresa do país a fabricar latas de aço para bebidas - feitas a partir de folhas flandres -, já que os demais concorrentes produzem latas de alumínio.

A engenharia básica da nova unidade foi contratada com a americana Roeslein & Associates Inc., uma das maiores especialistas em construção de fábricas de latas para bebidas. O projeto total da futura fábrica está orçado em US$ 50 milhões.

Já a unidade do Nordeste, localizada em Maracanaú (CE), passará por uma expansão e terá sua capacidade elevada dos atuais 900 milhões de latas por ano para 1,2 bilhão de latas anuais. A fábrica também terá ampliada a capacidade de produção de tampas, passando de 1,8 bilhão para 2,4 bilhões por ano, atendendo também à futura linha da região Sudeste. Cada um dos projetos custará à Metalic US$ 5 milhões.

O consumo anual de latas no Brasil corresponde a cerca de 11 bilhões de unidades. Hoje, as latas de aço ainda ocupam uma parcela pequena do mercado brasileiro, com cerca de 8%, ao contrário do que ocorre na Ásia, onde 54% das latas comercializadas são de aço, e em alguns países da Europa, onde o consumo chega a 90%.

Outro atributo defendido por Rochet é a de que além de reciclável, a lata de aço leva cinco anos para se decompor no meio ambiente, enquanto que as de alumínio, 110 anos. Criada em 1996, a Metalic foi adquirida pela CSN em 2002 e usa matéria-prima e tecnologias exclusivas da CSN no Brasil.