Título: Denúncia 'inconsistente'
Autor: Renata Moura*
Fonte: Jornal do Brasil, 16/09/2005, País, p. A2

Apesar da disposição maior de Severino Cavalcanti para renunciar, seu advogado, José Eduardo Alckmin, manteve ontem a mesma linha de defesa: avaliou ontem como ''inconsistentes'' as denúncias feitas contra o presidente da Câmara. Segundo ele, as acusações ''mudam a cada instante, o que prova que não são verdadeiras''. Alckmin disse que o presidente da Câmara não aceitvai vai lutar pela sua defesa. Severino mantém a versão de que o cheque de R$ 7,5 mil, apresentado pelo empresário Sebastião Buani - concessionário do restaurante Fiorella na Câmara, como suposto pagamento do ''mensalinho - era para o seu filho Severino Cavalcanti Júnior.

Segundo Alckmin, ''não há nada de convincente na apresentação do cheque'', que não seria prova da propina.

Severino é acusado de cobrar propina para garantir a prorrogação do contrato de concessão do restaurante de Buani na Câmara. O cheque, do Bradesco, de 31 de julho de 2002, tem a assinatura do empresário e o endosso da secretária de Severino, Gabriela Kenia S. S. Martins, no verso.

O advogado afirmou que Severino não sabia que a sua secretária havia recebido o dinheiro a pedido do filho dele. Alckmin não soube explicar, porém, as relações entre Severino Júnior, morto em agosto de 2002 em um acidente de automóvel, e o empresário Buani.

- O deputado não tinha controle sobre o que o seu filho fazia.

Alckmin informou que os R$ 7,5 mil teriam sido tomados como empréstimo. O dinheiro não teria sido contabilizado por que o filho do deputado morreu um mês depois. O advogado disse que a empresa de publicidade contratada por Júnior para fazer a sua campanha estadual em 2002 já foi acionada pela defesa de Severino para comprovar os gastos. Não divulgou, no entanto, o nome da empresa.