O Estado de São Paulo, n. 46752, 18/10/2021. Política p.A10

 

Leitores elogiam formato mais moderno, profundidade dos textos e novas seções

Assinantes aprovam a mudança no tamanho do 'Estadão' após 146 anos; fãs de cruzadas e sudoku pedem ajuste em tamanho da letra

Quando a equipe de jornalistas mandou para a gráfica, na noite de sábado, a última das 116 páginas da edição distribuída ontem, um sino tocou na redação, após quase dois anos de silêncio imposto pela pandemia.

Colegas se cumprimentaram com "soquinhos", trocaram olhares emocionados por trás das máscaras e, então, desceram até as máquinas. Ali, 146 anos após sua fundação, o tradicional Estadão começava a rodar em um formato inovador, o berliner.

Havia o respaldo de exemplos bem-sucedidos de jornais de referência no mundo. Havia receptividade dos anunciantes. Havia exaustivas pesquisas com assinantes que atestavam simpatia praticamente unânime pelo formato. Mas faltava finalmente conhecer a reação do leitor diante do jornal com tinta e informação de verdade.

Isso só apareceu na manhã de ontem. Nas bancas, a procura foi tão grande que a Buenos

Aires, na Avenida Angélica, não conseguiu dar conta da demanda. Os leitores elogiaram a inovação e pelo menos 30 clientes tentaram comprar o exemplar dominical. Tiveram de ir a outros pontos de venda. "Agora mesmo, acabou de sair uma moça procurando o Estadão", disse Maria Edna Pereira, dona da banca. Em outra, onde trabalha Matheus Nicacio, na Avenida Paulista, o principal comentário era "ficou mais fácil de ler".

O domingo começou também com assinantes fãs de cruzadas e sudoku, incomodados com a redução no tamanho das letras, pedindo que os passatempos voltassem ao formato original. Informados de que a mudança seria revertida imediatamente, elogiaram o aumento das letras dos textos em geral: "O velhinho aqui agradece muito sua providência", escreveu o assinante Ubirajara de Sillos.

Alguns leitores exaltaram que o produto rejuvenesceu. Um dos centenas que se manifestaram, o jornalista André Jalonetsky falou, com precisão e afeto, por centenas de outros. "É o Estadão do meu pai, mas com a cara do meu filho."

 

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Repercussão.

 

“Estou acostumado com o Estadão desde a época que meu pai me levava de ‘cavalinho’ de casa até a banca da Pamplona com a Estados Unidos para comprar o jornal. Eu adorava aquele passeio, que era perfumado pelo cheiro da tinta e do papel do jornal. Ainda sobre os ombros do meu pai, ele me dava as tirinhas para eu ver. Me lembro da reação insultada que meu pai e os amigos dele tiveram quando o Estadão mudou de fonte tipográfica. Mas isso durou pouco, em poucos dias os elogios ao novo formato tomaram seu lugar. Há dois anos eu fiz o inimaginável. Passei a ler o meu Estadão pelo ipad. Como meu pai, jamais admiti nenhuma mudança no meu jornal, mas, novamente seguindo os passos dele, me acostumei e virei fã da leitura eletrônica, da facilidade e das incríveis janelas que ela proporciona. Hoje abri meu Estadão e, quando vi a mudança, minha reação foi diferente: paixão à primeira vista! Adorei o formato, as cores, a disposição das matérias, o projeto gráfico, os colunistas, a capa clean, matérias mais longas e as notas curtas. Fiquei feliz! É o Estadão do meu pai, mas com a cara do meu filho.”

André Jalonetsky Diretor de Comunicação e Assuntos Institucionais da Anfavea

“Sou leitor desde os 12 anos do Estadão e não tenho lembrança de uma guinada tão importante. A sensação é de uma conexão com o futuro. A leitura e o manuseio ficaram ágeis e, com isso, o conteúdo ganha densidade. E, como dito, os valores e a essência editorial permanecem sólidos.” Luiz Carlos Trabuco Presidente do conselho de administração do Bradesco

“Este novo passo demonstra que inovação e qualidade

são valores que correm nas veias deste veículo centenário. A imprensa livre é um importante vetor da democracia e deve sempre ser respeitada e estimulada a fazer o seu trabalho.” Paulo Hartung Presidente da Ibá e ex-governador do Espírito Santo

“O jornal não mudou sua essência editorial, mas ficou mais leve no layout, mais atraente.” Diogo Molina Gois Leitor

“Jornalismo sério, vivo. A transformação em meio à pandemia, o papel da prevenção, da proteção, do autocuidado e do apoio à liberdade de expressão, com histórias que transformam e salvam vidas.”

Sidney Klajner Presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein “O que era bom, ficou ainda melhor. Estadão renovado e preparado para uma nova etapa da sua vida jornalística. Noticiando, influindo, defendendo a democracia, a liberdade e o direito dos seus leitores e seguidores continuarem bem informados.” João Doria Governador de São Paulo

“O jornal ficou bem interessante. Dividiu os assuntos e, dentro dos cadernos, entraram coisinhas novas, achei mais didático e fácil de entender.” Carlos Felipe Calderón Leitor

“Mais do que uma mudança de formato, demonstra uma vontade de inovar e facilitar o acesso à informação de qualidade e conteúdo importante.” Isadora “Izzy” Cerullo Jogadora da seleção feminina de rúgbi

“O Estadão ficou mais agradável de ler e manusear. Ficou também mais moderno. Parabéns a toda equipe pela corajosa iniciativa!” Roberto Setúbal Copresidente do conselho do Itaú Unibanco

“Parabéns a todos que fazem do Estado de S. Paulo um jornal sempre à frente do seu tempo, mas sem abrir mão de princípios basilares como as defesas intransigentes da democracia, do estado de direito e das liberdades de pensamento e de expressão.” Rodrigo Pacheco Presidente do Senado Federal

“A credibilidade histórica do jornal agora vem acompanhada de um design contemporâneo e intuitivo. A leitura ficou ainda mais agradável.” Christian Gebara Presidente da Vivo

“Na banca aqui do meu lado, não havia mais nenhum Estadão. ‘Acabou às 10h’, o Hélio me disse. Mas, no balcão do café, um jovem folheava o jornal. Pedi para ver. ‘Só ver porque esse vou guardar. Tá bonito demais. Gosto de jornais impressos’. Perguntei sua idade. 23. Saí sem o exemplar, mas feliz. No imortal filme ‘O Leopardo’, de Visconti, há uma frase muitas vezes repetida: ‘Mudar para permanecer o mesmo’. O Estadão mudou, mas é o mesmo maravilhoso e essencial jornal. Leitor que sou do caderno de cultura – o melhor, o mais completo –, reconheço que está lindo, reflete nossa época, arrojado, mas sem perder sua personalidade.” Ulysses Cruz Diretor de teatro e televisão “Adorei não só a distribuição das matérias, mas também as fotos. O formato, os textos, com este tempo cada vez mais curto, mais concisos e com a qualidade Estadão, fizeram ficar mais agradável e convidativo.” José Vicente Reitor da Universidade Zumbi dos Palmares “Gostei da nova aparência. Ficou muito bom, a leitura muito boa, apresentação excelente.” Jesus Agoero Burgos Leitor