Título: Feira ofertará 24 mil imóveis
Autor: Marina Ramalho
Fonte: Jornal do Brasil, 16/09/2005, Economia 7 Negócios, p. A20

Pela primeira vez no Rio de Janeiro, construtoras, incorporadoras, imobiliárias e Caixa Econômica Federal vão se unir em um único local, para colocar à venda cerca de 24 mil imóveis de diferentes bairros e principais municípios do Estado. Trata-se do Feirão Nacional da Casa Própria, que será realizado de 21 a 25 de setembro, simultaneamente ao Salão Imobiliário da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Estado do Rio (Ademi-RJ), que vai até 2 de outubro, no Casa Shopping, na Barra da Tijuca.

Num espaço de 7 mil m², os visitantes do evento (que tem entrada gratuita) encontrarão imóveis na planta, novos e usados para todas as faixas de renda, com preços de R$ 25 mil a R$ 2,6 milhões. Todas as unidades terão garantia de financiamento pela Caixa, que disponibilizará todas as linhas de crédito do banco, com taxas de juros que vão de 6% a 12,5% ao ano. A expectativa é de que sejam fechados 3 mil negócios, movimentando um montante de R$ 300 milhões.

No ambiente destinado ao Feirão será montada uma grande agência da Caixa Econômica, onde 300 profissionais do banco vão atender os visitantes durante os dias úteis, das 14h às 22h, para tirar dúvidas, fazer simulações de empréstimos, avaliação de imóveis, aprovação de renda e liberação de crédito na hora. No final de semana serão 500 funcionários trabalhando das 10h às 22h.

- A intenção é de que o comprador possa fechar negócio na própria feira, embora algumas transações possam ter desdobramentos nas agências - explica José Domingos Vargas, superintendente Institucional da Caixa.

Para isso, o Feirão e o Salão Imobiliário contarão com tabeliães para lavramento de escrituras, com taxas 42% mais baixas, e registro dos apartamentos comercializados.

- Muitos imóveis disponíveis na feira já estarão avaliados previamente e com as certidões já disponíveis. Para a compra desses, o lavramento das escrituras será feito na hora. Para imóveis não-avaliados, o procedimento vai levar 48 horas, menos do que os cinco dias úteis exigidos normalmente - revela Alan José dos Santos Borges, presidente da Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg).

Entre as vantagens do evento, José Conde Caldas, vice-presidente da Ademi, destaca a vasta opção de imóveis concentradas num mesmo espaço, o que vai ampliar o poder de barganha do comprador junto às empresas. Construtoras e incorporadoras também pretendem oferecer descontos de 5% a 10%, além de prêmios e sorteios. Palestras serão realizadas paralelamente e haverá espaço lounge e restaurante.

Outra inovação será o banco de troca de imóveis, disponível no salão.

- Uma pessoa que quiser trocar de imóvel poderá cadastrar seu apartamento com a Ademi. A associação vai buscar em seu banco de dados um imóvel no perfil desejado pelo comprador, que poderá oferecer o usado como parte do pagamento pelo novo imóvel. O restante do valor ainda poderá ser financiado - revela Caldas.

A inovação aproveita o benefício da Medida Provisória 252, lançada em julho desse ano. A chamada ''MP do Bem'' determinou a isenção do pagamento de Imposto de Renda na venda de imóveis residenciais, se o valor for utilizado para aquisição de outra habitação em até 180 dias.

Para garantir segurança às transações, o Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro (Creci-RJ) vai fiscalizar se todos os corretores envolvidos são credenciados junto à entidade.

Embora o Feirão da Casa Própria termine no dia 25, um estande do banco permanecerá no Salão Imobiliário até 2 de outubro para financiar os imóveis vendidos. No entanto, Vargas esclarece que os serviços da Caixa voltados para habitação continuarão em ritmo acelerado nas agências, como parte do esforço do banco para aplicar o orçamento recorde de R$ 10 bilhões em 2005. Só para o Rio de Janeiro, os recursos disponíveis são de R$ 1 bilhão.

Em 2004, foram gastos R$ 663 milhões em financiamento habitacional no Estado do Rio. Este ano, o montante até agosto chegava a R$ 450 milhões.

- Durante o Feirão, esperamos atingir R$ 750 milhões em crédito. Assim, até o final do ano, que são os meses geralmente mais fortes em financiamentos, será possível chegar perto da meta para o Rio - vislumbra Vargas.