O Estado de S. Paulo, n. 46725, 21/09/2021. Política, p. A4

Integrante da comitiva testa positivo para covid

Beatriz Bulla


Um diplomata que integra a delegação brasileira que está em Nova York para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) testou positivo para covid-19. A informação foi revelada pela CNN Brasil e confirmada pelo Estadão. Ele não estava no mesmo voo do presidente Jair Bolsonaro.

O diplomata que teve o teste positivo é parte da equipe precursora do governo que organizou os preparativos para a viagem, antes do desembarque do presidente e dos ministros, no domingo. Ele chegou antes a Nova York, segundo as informações preliminares que circulam entre integrantes da delegação.

Assessores do Itamaraty e da Presidência não confirmaram a informação até a conclusão desta edição. O integrante contaminado está isolado em um quarto do hotel, até que seja submetido a outro teste de covid-19 e que a delegação brasileira consiga rastrear com quais pessoas ele manteve contato.

Bolsonaro viajou a Nova York sem estar vacinado contra covid-19, mas parte dos ministros que o acompanha e diplomatas já estão imunizados com a vacina. O presidente tem dito que vai pensar se vai se vacinar após todos os brasileiros serem imunizados.

A princípio, a Organização das Nações Unidas anunciou que exigiria que todas as autoridades que vão participar do evento apresentassem comprovante de vacinação contra a covid-19. No entanto, o presidente da Assembleia-geral da ONU, Abdullah Shahid, voltou atrás na quinta-feira passada e notificou, por meio de carta enviada aos 193 Estados-membros da ONU, sobre a não exigência do documento.

Dois episódios foram fundamentais para a mudança. O primeiro foi a declaração da Rússia de que a exigência seria discriminatória. Na sequência, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse em entrevista que "não pode dizer a um chefe de Estado que não estiver vacinado que ele não pode entrar nas Nações Unidas". Por ser considerada território internacional, a sede da ONU não está sujeita às leis americanas, mas autoridades do órgão prometeram respeitar as orientações do governo local. / B.B.