Título: Candidatos ignoram gastos
Autor: Paulo Celso Pereira e Sergio Duran
Fonte: Jornal do Brasil, 18/09/2005, País, p. A3
São 83 mil cargos de direção no PT sendo disputados em todo o país, alguns deles remunerados. Em meio a dívidas que geraram uma crise financeira sem igual no partido, espanta o desconhecimento dos candidatos em relação ao tema. A maioria demonstrou não saber quantos destes cargos são remunerados e o gasto do partido nestas funções. A direção nacional, por meio de sua assessoria, declarou não ter um controle destes gastos, que seriam descentralizados e administrados por cada uma das instâncias regionais e municipais.
Os recursos para o pagamento destes cargos viriam das contribuições de filiados e do Fundo Partidário. Plínio Sampaio afirmou que este tipo de informação ''de caráter secreto até então'' precisa ser revelado para saber se há gastos excessivos. Valter Pomar foi outro que declarou ''não ter idéia'' sobre quantas funções são pagas na estrutura do partido.
Os filiados, além de votar para o comando das instâncias nacional, estadual, municipal e zonal, também escolherão as chapas que posteriormente vão definir os ocupantes dos cargos de comando. Entre eles, estão postos de assessoramento das executivas, integrantes do conselho fiscal e conselho de ética. Segundo a Direção Nacional ''a maioria dos cargos não são remunerados, mas apenas aqueles ocupados por funcionários que se dedicam diariamente à legenda''. Dos 81 integrantes da Direção Nacional, por exemplo, 23 recebem salário, com um teto de R$ 7.500, estipulado pela nova Executiva.
As novas faixas salariais foram reajustadas quando o atual presidente Tarso Genro assumiu o lugar de José Genoino, que perdeu o cargo . Ele prometeu rever todos os pagamentos praticados aos integrantes da cúpula. O novo valor, no entanto, difere pouco do que recebia o secretário e dirigente afastado do partido Silvio Pereira que tirava vencimentos de pelo menos R$ 9 mil. (S.D.)