Correio Braziliense, n. 21632, 08/06/2022. Política, p. 3

Deputado defende reforma tributária
João Gabriel Freitas


Em meio às discussões sobre redução de impostos sobre combustíveis, o da Comissão de Viação e Transportes da Câmara, deputado Hildo Rocha (MDB-MA), defendeu a aprovação da reforma tributária, com a unificação do Imposto sobre Bens de Serviço (IBS) e da Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) por meio do Imposto de Valor Agregado (IVA). O desafio seria incluir o ICMS. Governadores se preocupam com a possível perda de arrecadação após a reforma. O parlamentar sustentou, no entanto, que não há esse risco. Ele usou como exemplo a mudança no Imposto Sobre Serviço (ISS), que foi fixado em 2% a 5% e não representou queda na arrecadação.

“O ICMS sobre combustível é muito fácil de arrecadar. É comodismo dos secretários de Fazenda, porque, se não for consumido o combustível, esse dinheiro vai ser usado em outra área. Tributar energia, combustível, telecomunicações é muito fácil. É mais difícil cobrar dos empresários. O dinheiro circulante continuará o mesmo. O PIB (Produto Interno Bruto) não sairá dos estados, basta que governadores e secretários tenham criatividade para arrecadar”, afirmou, em entrevista à jornalista Denise Rothenburg, no programa CB.Poder, parceria entre o Correio e a TV Brasília.

Guedes

Para Hildo Rocha, a reforma tributária só não avança por falta de vontade do ministro da Economia, Paulo Guedes. “Ele tem interesses próprios, ainda é um homem do sistema financeiro, que não quer uma reforma, pois o sistema vai ter de pagar mais tributo”, ressaltou.

Na avaliação do deputado, a Petrobras também tem responsabilidade pela escalada de preço dos combustíveis, porque obtém lucros altos e se esquece de sua função social. Ele ainda criticou o Jair Bolsonaro. “Quando ele nomeia o da Petrobras e conselheiros, tem de alinhar para acabar com a paridade dos preços internacionais. Se o tem maior quantidade de ações (da empresa) e membros conselheiros indicados direta ou indiretamente pelo , por que não consegue mudar a política de preços da Petrobras?”, indagou.

Hildo Rocha também comentou as eleições à Presidência da República, em outubro. Ele disse apoiar a pré-candidata do partido, a senadora Simone (MS), vista por ele como uma pessoa com capacidade de administração e bem preparada para o cargo. 

*Estagiário sob a supervisão de Cida Barbosa

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