Título: PF apura ligação de empresa com doleiros
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 19/09/2005, País, p. A6

A Polícia Federal desconfia que a empresa Natimar, que operava na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) por meio da corretora Bonus-Banval, era fonte de recursos para doleiros. Em depoimento à CPI dos Correios, o sócio da corretora Enivaldo Quadrado afirmou que a empresa teria recebido R$ 6,5 milhões de Marcos Valério Fernandes de Souza. De acordo com a CPI, a Natimar teria recebido a quantia das empresas 2S Participações e Tolentino & Melo Associados, das quais Marcos Valério era sócio. Valério negou os investimentos e disse ter feito depósitos na conta corrente da corretora e emitido cheques nominais favoráveis a ela, num total R$ 9,782 milhões.

Em nota, Valério afirmou que ''deste valor, R$ 3,515 milhões foram repassados a pessoas indicadas por Delúbio Soares'' . O restante teria sido devolvido pela corretora à empresa 2S Participações. A PF ouviu dez pessoas citadas na lista de sacadores da Natimar, e todas negaram o saque dos recursos. Diante disso, foi reforçada a tese de que a empresa forneceria moeda americana a doleiros. Na próxima semana, será ouvido o dono da Natimar, o argentino Carlos Alberto Quaglia, em São Paulo.