O Estado de S. Paulo, n. 46733, 29/09/2021. Política, p. A4

Prevent Senior afirma que acusações são ‘infundadas’

Julia Affonso
Amanda Pupo


A rede Prevent Senior, acusada de fraudes e irregularidades por um grupo de médicos, afirmou em nota que repudia o que chamou de "acusações mentirosas levadas anonimamente à CPI da Covid e à imprensa". Segundo a empresa, o depoimento da advogada Bruna Morato "confirma que se trata de acusações infundadas, que têm como base mensagens truncadas ou editadas vazadas à imprensa e que serão desmontadas ao longo das investigações".

"A Prevent Senior estranha o fato de a advogada manter no anonimato os supostos médicos autores da acusação. A empresa ainda não teve acesso aos autos da CPI para fazer sua ampla defesa", disse a empresa.

A operadora também destacou que Morato "tentou fechar um acordo para não levar o caso à CPI", mas a empresa não concordou. Questionada ontem por senadores sobre esse acordo, Morato confirmou a tentativa, mas declarou que não envolvia dinheiro. Um dos pedidos, segundo ela, era para que a rede "assumisse publicamente" que o estudo com o "kit covid" não foi conclusivo. Também solicitou que o protocolo fosse tratado como "institucional" e que assumisse a responsabilidade diante de possíveis ações de indenização por dano material ou moral em virtude dos remédios.

A operadora de saúde registrou que já aplicou "cerca de 500 mil testes em que constatou o contágio de 56 mil pacientes". Segundo a Prevent Senior, "7% redundaram em mortes". "Todos os casos foram rigorosamente notificados. A Prevent Senior sempre respeitou a autonomia dos médicos, nunca demitindo profissionais por causa de suas convicções técnicas."

Também em nota, o Conselho Federal de Medicina disse "repudiar veementemente as acusações falaciosas proferidas por senadores". Segundo o órgão, "qualquer denúncia contra médicos deverá ser apurada inicialmente pelo Conselho Regional de Medicina, no Estado em que ocorreu o atendimento".

Procurado, o Ministério da Economia disse que não iria comentar as acusações feitas pela advogada. O Palácio do Planalto e os médicos Nise Yamaguchi e Paolo Zanotto não se manifestaram. / J.A. e A.P.