Título: Fome volta ao discurso de Lula
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Fonte: Jornal do Brasil, 20/09/2005, País, p. A4

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou ontem a dizer que é preciso colaborar com os países pobres para diminuir a fome e a pobreza no mundo e cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. A declaração foi dada durante o programa de rádio ''Café com o presidente''. Lula contou aos ouvintes que durante o encontro na sede das Organizações das Nações Unidas (ONU), em Nova York, e que quando esteve na Guatemala, falou sobre as experiências do Brasil no combate à fome.

- O que estamos percebendo é que o número de famintos no mundo tem aumentado, apesar de quase 190 países determinarem que era possível diminuir a miséria nos próximos 15 anos. Agora, o que nós precisamos é constituir uma forma de ajudar os países bem pobres.

O presidente destacou que o Brasil tem conseguido reduzir a fome graças aos programas sociais como o Bolsa Família, a concessão de microcrédito, a compra de leite e dos produtos da agricultura familiar.

- No Brasil temos uma vantagem a mais porque estamos gerando uma média acima de 105 mil empregos por mês. Esta é a melhor forma de combater a fome no mundo: fazendo a economia crescer. Tenho afirmado todos os dias, quando findar o meu mandato eu quero mostrar o que foi feito.

Depois de seu pronunciamento, Lula recebeu o presidente da Áustria, Heinz Fischer. Esta foi a primeira vez que um chefe de Estado austríaco visitou oficialmente a América do Sul. Fischer chegou ao Brasil acompanhado de empresários e investidores, que vão participar do Fórum Econômico Áustria-Brasil, em São Paulo.

A declaração conjunta dos presidentes destacou que os dois países têm grande potencial comercial a ser explorado.

- Queremos relançar o diálogo político e alcançar níveis de cooperação e comércio condizentes com nosso potencial.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o Brasil concentra hoje 40% de todo o comércio que a Áustria realiza com a América Latina. Durante o encontro, os presidentes assinaram dois memorandos. Um deles estabelece parceria de cooperação técnica para realização de projetos em países africanos lusófonos. A cooperação entre as academias diplomáticas também foi firmada.

Com Folhapress