Valor Econômico, v. 20, n. 4890, 29/11/2019. Finanças, p. C1

Congresso mira agora juro do cartão de crédito

Fabio Murakawa
Renan Truffi


O presidente Jair Bolsonaro elogiou ontem a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de limitar os juros do cheque especial. Ela também foi bem recebida no Congresso, onde havia pressão para que o governo tomasse uma medida nesse sentido. Mas parlamentares afirmaram que a pressão deve se concentrar na defesa da redução dos juros do cartão de crédito.

Bolsonaro disse que foi “bem-vinda” a decisão. Entretanto, ao falar a jornalistas na entrada do Palácio da Alvorada, negou ter sido consultado a respeito. “Eu falei que não entendo nada de economia. Está dando certo porque eu não me meto”, disse Bolsonaro, quando questionado por jornalistas sobre a decisão do CMN. “Ele [o ministro da Economia, Paulo Guedes] está viajando, chegou ontem [quarta-feira]. Vou conversar com ele só na segunda-feira”, disse o presidente.

O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), tem sido um dos que mais têm cobrado o governo. Ele elogiou a medida tomada por Campos e anunciada na quarta-feira, mas já adiantou que também espera novidades em relação ao cartão de crédito para o início do ano que vem. “Nós estamos aguardando uma próxima notícia, que não acontecerá agora, mas que diz respeito a uma outra grande vergonha nacional que são as taxas dos juros do crédito rotativo do cartão de crédito”, afirmou o senador. “Aguardamos para os próximos meses, quem sabe no mês de janeiro, uma mudança também radical na cobrança da taxa de juros do crédito rotativo”, acrescentou o senador.