Título: Dinheiro seria enviado para Goiânia
Autor: Duilo Victor
Fonte: Jornal do Brasil, 20/09/2005, Rio, p. A13
O procurador da República Gino Liccione, do grupo de Controle Externo da Atividade Policial, instaurou procedimento administrativo para apurar o desaparecimento do dinheiro na sede da PF e deu 24 horas para ser informado sobre os nomes e cargos de todos os policias que participaram da Operação Caravelas. Em 48 horas, a PF terá que entregar também cópias dos documentos referentes às atividades policiais até a apreensão. O procurador quer saber por que o montante não havia sido depositado em instituição bancária oficial. Os cerca de R$ 2 milhões - 677 mil euros, US$ 63 mil e R$ 22 mil - seriam enviados hoje de avião para a sede da PF em Goiânia. A decisão só pôde ser tomada depois que a 7ª Vara Federal de Justiça do Rio passou todo o inquérito para a 11ª Vara Federal Criminal de Goiânia, onde o caso teve os processos unificados. A PF pediu à Justiça o seqüestro dos bens de todos os acusados.
Outros US$ 490 mil encontrados em um Porsche do filho de José Antônio de Palinhos Jorge Pereira, acusado de ser o operador da quadrilha no Brasil, haviam sido mandados para Goiânia no sábado. Segundo Roberto Prel, esta parte do dinheiro foi enviada antes porque um acordo com a Justiça de Goiás havia sido feito especificamente para a apreensão do Porsche e os dólares encontrados nele. No mesmo vôo em que foi enviada a quantia estava Sandra Tolpiakow, sócia da rede de restaurantes Satyricon e Capricciosa, hoje presa na carceragem da PF de Goiânia.
Além do modelo esportivo, outros 16 dos 20 carros de luxo da quadrilha sob custódia da PF serão transportados hoje em caminhões-cegonha para a PF de Brasília, segundo Ronaldo Magalhães. Dos cinco integrantes da quadrilha ainda presos no Rio, três iriam ontem à noite para Goiás e os outros dois hoje.