O Globo, n. 32701, 17/02/2023. Política, p. 6

Senado pedirá que PGR denun­cie mais 27 por atos gol­pis­tas



O Senado vai entregar hoje à Procuradoria-Geral da República (PGR) mais uma representação com informações sobre 27 bolsonaristas radicais que invadiram o Congresso durante os ataques golpistas de 8 de janeiro.

De acordo com a Polícia Legislativa da Casa, os nomes desses vândalos não foram divulgados para não atrapalhar as investigações, já que alguns ainda estão soltos.

A PGR já havia encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) representações contra 39 invasores identificados pelo Senado. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSDMG), levou pessoalmente os pedidos de denúncia ao procurador-geral, Augusto Aras.

Nesse primeiro pacote de denúncias, a PGR pede o bloqueio de bens dos golpistas, no valor total de R$ 40 milhões, com o objetivo de reparar os danos, além da perda dos cargos de servidores públicos que praticaram vandalismo.

Os crimes denunciados são associação criminosa armada; abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça com emprego de substância inflamável contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado. Sessenta e seis pessoas já foram identificadas pelo Senado e poderão responder a processos na Justiça.

Um mês após os atos de vandalismo, Pacheco afirmou que as consequências a quem depredou o patrimônio público serão “severas”.

No início de fevereiro, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra um policial legislativo do Senado suspeito de ajudar os golpistas.

O agente já foi denunciado ao STF pelo Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da PGR. O coordenador do grupo, Carlos Frederico Santos, pediu que o policial seja afastado da função durante as investigações.

Em suas redes sociais, ele questionou o resultado das eleições e criticou Pacheco e o STF.