Título: Presidente chinês vem ao Brasil
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 08/11/2004, País, p. A4
Primeira parada de Hu Jintao, em viagem à América Latina, será Brasília, onde retribuirá visita de Lula
A partir de quinta-feira, o presidente da China, Hu Jintao, começa, pelo Brasil, uma visita à América Latina. Trará uma comitiva estimada em 500 pessoas, das quais 200 são empresários. A primeira parada do dirigente chinês será Brasília, para um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele retribuirá, assim, a visita feita pelo brasileiro à China no início deste ano. O Brasil tem interesse em aumentar os negócios com os chineses, mercado mais populoso do planeta e com uma economia que tem crescimento anual na casa dos dois dígitos.
A China busca com os brasileiros o reconhecimento da qualidade de economia de mercado. Isso significa a aceitação da tese de que os preços chineses são formados de acordo com as forças de mercado e não sofrem distorções de intervenções estatais na economia. Dessa forma, o país evita a aplicação de medidas antidumping - que são restrições a importações sob o argumento de que os preços praticados estão artificialmente inferiores aos de mercado.
Por enquanto, 22 dos 148 países que compõem Organização Mundial do Comércio reconheceram a China como economia de mercado, dos quais o mais importante é a Austrália.
Em maio deste ano, Lula esteve no país oriental com uma delegação de 400 empresários brasileiros. Mais de uma dezena de acordos bilaterais foram assinados com o objetivo de impulsionar a relação entre os países. Também foram à China com Lula, além da primeira-dama, sete ministros, governadores e parlamentares.
O Brasil restabeleceu relações diplomáticas com a China há 30 anos. Desde que assumiu o governo, o Lula colocou o país asiático como uma das prioridades da política externa. O interesse no país, que tem crescido a taxas anuais reais de 9% nos últimos anos, está em participar de um mercado crescente e não tradicional, diversificando as exportações brasileiras. E, assim, ter uma relação que fortaleça o Brasil em negociações com países desenvolvidos.