Valor Econômico, v. 20, n. 4875, 07/11/2019. Política, p. A15

PT evita marcar atos para os próximos dias

Cristiane Agostine


A direção nacional do PT evita se manifestar sobre o julgamento da prisão após a condenação em segunda instância, que será retomado hoje pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e pede cautela ao falar sobre uma possível decisão favorável ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A palavra de ordem dentro do partido sobre a possibilidade de o ex-presidente ser libertado depois da decisão do Supremo é uma só: “aguardar” o julgamento do STF. Integrante da Executiva nacional do PT, o advogado e deputado federal Paulo Teixeira (SP) afirma que o partido não pode se precipitar nesse caso. “Não podemos nos adiantar. Vamos aguardar a decisão do Supremo, diz o dirigente.

Com a indefinição sobre o resultado do julgamento do Supremo, lideranças do PT marcaram viagens para locais distantes de Curitiba, onde o ex-presidente Lula está preso desde abril de 2018. Amanhã, o ex-prefeito e candidato do partido à Presidência em 2018, Fernando Haddad, deve ir para Buenos Aires, para o encontro do Grupo de Puebla, um evento com lideranças de esquerda da América Latina. No sábado, a presidente nacional do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PR), participará em Natal de um debate sobre a eleição interna do PT.

No caso de uma decisão do STF favorável a Lula, estão previstos apenas o encontro do ex-presidente com os apoiadores que fazem uma vigília em frente à Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, e um ato no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, berço político do ex-presidente.

Os opositores de Lula, no entanto, já marcaram manifestações para os próximos dias. No sábado, o grupo Vem Pra Rua, um dos articuladores das manifestações pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, deve fazer atos para pressionar o STF a manter a prisão depois da condenação em segunda instância. No dia 17, o Nas Ruas planeja uma manifestação com o mesmo tema.