Título: Não faltam alternativas corretas
Autor: Adriana Bernardes
Fonte: Jornal do Brasil, 25/09/2005, Brasília, p. D4

No Brasil existe uma cultura de manter animais silvestres em casa. Quando eles são adquiridos em feiras, nas ruas ou na beira de estradas, provavelmente foram retirados de forma ilegal do meio ambiente. Quem não abre mão da companhia desses bichos, tem alternativas politicamente corretas. O coordenador de Fauna do Ibama-DF, Adilson Gil, explica que uma delas é comprar dos criadouros comerciais, que são registrados no Ibama e vendem apenas filhotes que foram reproduzidos em cativeiros. Portanto, não alimenta o comércio de tráfico de animais silvestres. No DF, existem 100 criadores como estes.

Quem tiver interesse em entrar no negócio terá que atender a todas as normas da Portaria 118. O primeiro passo é enviar uma carta-consulta ao Ibama dizendo que quer ser criador comercial e o que pretende comprar e vender. As matrizes poderão ser adquiridas de outro criadouro comercial.

Amadoristas - Outra opção é tornar-se um criador amadorista, o que permite a pessoater passarinhos em casa, mas fica proibida de vender. Neste caso o caminho está no site do Ibama. A pessoa se cadastra e diz quantos animais terá. Deve informar ainda de qual criadouro comprou (com nota fiscal). Toda permuta terá que ser informada ao Sispas, inclusive com o nome de quem fez a troca.

- Se o Ibama fiscalizar e estiver faltando ou sobrando animais, essa pessoa sofrerá as consequências previstas em lei: multa, apreensão e comunicação de crime ao MP - esclarece Gil.

Liberdade - Existe ainda um outro jeito para ter a companhia das aves, sem precisar trancafiá-las em gaiolas. Basta para isso, cultivar plantas e flores que lhes sirvam de atrativos. Valéria Saracura, que é zootecnista e doutora em biologia animal, diz que opções não faltam.

- Ipês, por exemplo, são belíssimos e atraem beija-flores. Pode plantar cagaita, jaboticaba, entre outras, que atraem aves que se alimentam de frutos e sementes. Quem as cultivar terá a companhia de pássaros sem para isso privá-los da liberdade - garantiu Valéria.