Título: Maurício acha terceira via impossível
Autor: Adriana Bernardes
Fonte: Jornal do Brasil, 26/09/2005, Brasília, p. D1

Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e ex-senador, Maurício Corrêa deve definir esta semana seu novo partido. A expectativa no Distrito Federal é que ele poderá ser o escolhido do governador Joaquim Roriz (PMDB) para disputar o Buriti em 2006 e que a primeira sinalização nesse sentido virá justamente com sua filiação. Ele ontem preferiu não comentar sua candidatura. Reforçou que está sem partido e revelou afinidades políticas com o PMDB e o PSDB.

-Tirando esses dois partidos, a pessoa ou vai para o PT ou fica com o Roriz. Acho muito difícil uma terceira via hoje no DF. O PT, apesar de toda essa tempestade, tem um resíduo muito forte. Ele tem correligionários e adeptos que ainda gostam muito do partido - avaliou.

Corrêa não assume claramente o desejo de disputar o Buriti. Diz que sequer há um plano concreto em sua cabeça para ser candidato. No entanto, afirma que não gosta ''de ficar parado'' e que se surgir a possibilidade de eventual candidatura irá examinar.

- Ainda estou sem partido. Até agora não recebi nenhum convite, portanto é cedo para falar sobre isso. Primeiro tenho de me filiar, para depois saber se ganho a simpatia do governador. Vamos ver o que acontece durante esta semana - disse.

O secretário da Agência de Infra-Estrutura e Desenvolvimento Urbano e presidente regional do PMDB, Tadeu Filippelli, que também disputa a indicação do governador não atendeu ao telefone celular. Seu assessor de imprensa disse apenas que não há nenhuma novidade sobre o assunto.

A abertura do PMDB a Maurício Corrêa - que evita precisar se é essa a sua primeira opção para se filiar - vem sendo interpretada como uma indicação de que seria ele o preferido do governador Roriz para a sucessão. Além dele, pleiteiam apoio de Roriz o senador Paulo Octávio, a vice governadora Maria de Lourdes Abadia, o deputado José Roberto Arruda e o próprio Filippelli.

Legenda - Na última semana o ex-ministro descartou a filiação ao PDT após o ingresso do senador Cristovam Buarque (ex-PT) na legenda, pois ''não poderia permanecer num partido onde não pudesse apoiar Roriz''.