Título: Governo estuda mudar meta de economia
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 27/09/2005, Economia & Negócios, p. A17

A reformulação de cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), preparada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como anteciparam o JB e a Gazeta Mercantil, poderá alterar a meta fiscal do governo. Segundo o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o percentual da meta de superávit primário (receitas menos despesas, excluindo gastos com juros) poderá ser modificado. Entretanto, o ministro afirmou que não tem detalhes sobre a nova fórmula de cálculo, por isso não pode estimar como será a alteração no superávit. O objetivo perseguido é 4,25% do PIB, o que equivale a R$ 83,85 bilhões, mas o governo estaria trabalhando informalmente com 5%. Para o próximo ano, a meta de aperto fiscal também é de 4,25%. Segundo o ministro, a decisão de alterar o cálculo não partiu do governo, mas dos técnicos do IBGE, que consideram a fórmula atual ultrapassada. Com a alteração, serão recalculadas as séries do PIB desde 1995.

- Eles querem fazer uma mudança para tornar o índice mais fiel à realidade - afirmou.

Paulo Bernardo afirmou também que nenhum servidor terá reajuste salarial inferior a 29,17%, inflação acumulada e projetada entre 2003 e 2006. Os reajustes, que só serão repassados aos servidores no ano que vem, estão sendo negociados desde junho, quando começaram as greves. De acordo com o ministro, de 1 milhão de servidores, cerca de 300 mil tiveram reajustes menores do que a inflação. Entre os que tiveram aumento superior à inflação, estão os servidores do Banco Central, em greve desde o dia 19.

O governo dispõe de R$ 1,5 bilhão de reserva para os reajustes do próximo ano, sendo que mais R$ 437 milhões estão garantidos para aumentos salariais.