Título: Até Severino trabalhou
Autor: Paulo de Tarso Lyra, Sérgio Pardellas, Fernando Ex
Fonte: Jornal do Brasil, 29/09/2005, País, p. A3

De acordo com parlamentares do PL e PP, também teriam entrado no tabuleiro das negociações os ministérios da Educação e Defesa. A Educação teria sido prometida a Ciro Nogueira (PP-PI) e a Defesa, sonho de Valdemar Costa Neto desde a saída de José Alencar do partido, ao PL. Entretanto, o ministro da Coordenação Política, Jaques Wagner, negou que a negociação envolvesse as pastas. O ex-presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), foi outro que trabalhou para garantir a vitória do candidato do Planalto.

¿ Tá fechado, tá fechado ¿ disse Pedro Henry (PP-MT) ao telefone por volta das 17h, pouco antes de o governo negociar o apoio do espólio de Ciro Nogueira a Aldo.

Remaram contra a maré governista, a governadora do Rio, Rosinha Matheus, e o secretário de governo, Anthony Garotinho. Ambos fecharam com Thomaz Nonô, o candidato apoiado pelo prefeito carioca Cesar Maia (PFL).

Durante todo o dia, Wagner ficou em linha direta com caciques do PTB e PP que se tornaram alvo preferenciais do governo na segunda etapa das eleições. Encerrada a votação no primeiro turno, Wagner ligou para o líder do PTB na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE) a quem pediu o empenho do partido para eleger o candidato do governo. O ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador José Sarney (PMDB-AP) e os deputados e ex-ministros Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Eduardo Campos (PSB-PE) foram mobilizados.

O presidente Lula, que estava na Bahia, monitorava as negociações pelo telefone ¿ ligou três vezes para o ministro.

¿ O empate foi bom, estou satisfeito, confio na vitória de Aldo ¿ disse, logo após saber do resultado do primeiro turno.

O alívio chegou com o resultado final: ¿ Estou satisfeito. A eleição na Câmara vai reaglutinar a base aliada ¿ disse Lula.