Título: Energia na medida certa para indústria
Autor: Ricardo Rego Monteiro
Fonte: Jornal do Brasil, 29/09/2005, Economia & Negócios, p. A17

O mercado de energia oferece agora produtos sob encomenda, a exemplo do que já acontece em quase toda a economia. Há empresas pagando pela energia que consomem conforme suas receitas, outras de acordo com o horário mais freqüente de produção. De olho nestas diferenças, comercializadores do setor estão lançando contratos personalizados, sob medida para clientes interessados em adequar o consumo de eletricidade às suas próprias características.

Para a Associação Brasileira dos Consumidores de Energia Elétrica (Abracel), a personalização atrairá cada vez mais consumidores para o mercado livre, que hoje responde por 16% de todo o consumo no país.

Também fazem parte das prateleiras do mercado de energia os pacotes de racionalização de energia, com foco nos clientes que precisam economizar. São contratos realizados graças à tecnologia digital que permite programar o uso de energia conforme momentos em que o megawatt está mais barato.

- Os clientes perceberam que estavam comprando energia sem nenhum tipo de controle. Agora, querem ter previsão do que estão comprando e da evolução dos preços - diz Paulo Pedrosa, presidente da Abracel, que esteve ontem no segundo leilão do produto na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.

No pregão, o apetite dos compradores foi o mesmo, mas o preço da energia caiu. O valor médio de cada megawatt comercializado do mercado livre recuou de R$ 39,48 para R$ 36,49, no caso da região Sudeste, responsável por 70% dos negócios fechados.

Assim, o leilão movimentou R$ 3,4 milhões, menos que os R$ 3,7 milhões do anterior. Mas a demanda por energia continua forte. Tanto que o número de contratos do leilão cresceu de 263 para 271 de um mês para outro.