Título: Crise muda comando de delegacias na PF
Autor: Ricardo Albuquerque
Fonte: Jornal do Brasil, 30/09/2005, Rio, p. A16

A crise na Superintendência da Polícia Federal, agravada com o roubo de R$ 2 milhões da sala-cofre da instituição há duas semanas, antecipou para ontem as primeiras mudanças nas chefias das delegacias especializadas. Pelo menos oito delegados foram afastados, e serão transferidos para outros estados. O diretor-geral da instituição, Paulo Lacerda, chegou ontem ao Rio para acompanhar as reformulações. O superintendente José Milton Rodrigues e o delegado regional executivo Roberto Prel estão mantidos nos cargos, mas hoje será feita outra reunião para avaliar o desempenho de Prel como superintendente em exercício, quando dinheiro e 1.600 quilos de cocaína foram apreendidos na Operação Caravelas. Há quatro meses, a superintendência passa por uma correição extraordinária (auditoria interna) por determinação de Lacerda. O inquérito que apura o roubo indica que dois agentes federais - já identificados - são suspeitos. Outros dois também são investigados.

A cocaína apreendida será incinerada hoje, às 13h, em Belford Roxo. Por determinação de Lacerda, o superintendente da PF de Goiás, Manoel Trajano Dualib, chegou ontem ao Rio com mais sete agentes, entre eles dois peritos, para acompanhar a queima. A Polícia Federal confirmou a detenção de dois comerciantes, acusados de agiotagem, que teriam contratado dois policiais federais como cobradores. O inquérito tem ligação direta com o estouro da rinha de galos, em 2004, na qual foram apreendidos três talões de cheques.

O desembargador federal Paulo Espírito Santo, presidente da 5ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal (2ª Região), determinou a suspensão do processo administrativo instaurado na Polícia Federal contra o delegado Antônio Rayol, que como titular da Delegacia do Meio Ambiente chefiou a operação na qual foi preso o publicitário Duda Mendonça, em outubro.