Valor Econômico, v. 20, n. 4813, 13/08/2019. Política, p. A14

Eduardo Bolsonaro busca apoio no empresariado

André Guilherme Vieira
Vandson Lima


O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que será designado pelo pai, o presidente Jair Bolsonaro, para ser embaixador do Brasil nos Estados Unidos, pediu apoio ontem a empresários durante jantar na Fiesp com CEOs, líderes de associações empresariais e executivos de multinacionais que atuam no Brasil e nos EUA. O deputado prometeu resgatar a credibilidade do país no exterior, disse que o Brasil precisa deixar de ser "um país fechado" e afirmou que é preciso "usar o Mercosul não como instrumento protecionista, mas de redução de barreiras". Eduardo afirmou que depois de o Brasil firmar acordos com Mercosul e União Europeia, "outros países já estão nos buscando para fazer o mesmo acordo, um deles os Estados Unidos."

Segundo o filho do presidente, "quanto menos o governo interferir na economia, melhor". "Quanto menores forem as barreiras alfandegárias de ambos os países [Brasil e EUA], mais teremos como colocar adiante os nossos produtos", afirmou. "Essa abertura que tenho junto à Casa Branca vai acelerar acordos comerciais e outros setores que interessam aos senhores. Que, afinal das contas, os senhores não são os malvadões que exploram os empregados", disse. "Os senhores são aqueles que dão o pontapé inicial na geração de empregos. E é isso que precisamos para ter um país pujante", disse. "Acredito que vou ter uma boa entrada não só no governo, na administração Trump, mas também em diversos meios de comunicação para dar entrevistas, explicar que em 2016 não houve golpe", disse.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou em Brasília que será o responsável por determinar o andamento da indicação do deputado. Cabe ao Senado avaliar a escolha, através de sabatina na Comissão de Relações Exteriores e votação no plenário. Alcolumbre tem atrasado um trâmite burocrático, de fazer a leitura das indicações em plenário, o que trava todo o processo. "Estou fazendo a leitura conforme compreendo a importância das mensagens", afirmou.

O presidente do Senado não quis dizer se passará a indicação de Eduardo na frente de outras 13 que aguardam na fila para leitura e se irritou quando perguntado qual será o critério para definir isto. Diante da insistência dos repórteres, reiterou que a decisão cabe a ele. "O critério será estabelecido pelo presidente".