Título: Oposição reforça aliança
Autor: Paulo de Tarso Lyra e Renata Moura
Fonte: Jornal do Brasil, 28/09/2005, País, p. A3

O governo se movimentava de um lado, a oposição se articulava de outro. O pefelista José Thomaz Nonô (AL), que atrasou o registro para sua candidatura até assegurar o apoio de partidos como PPS, PV e PDT, fechou o dia certo de que tem condições de derrotar Aldo Rebelo na disputa pela presidência da Câmara. Nonô contava com o apoio do PSDB, mas ele foi aclamado na reunião da bancada tucana, realizada na tarde de ontem. Para demonstrar apoio, o prefeito de São Paulo, José Serra, exonerou o secretário de Educação, José Aristodemo Pinotti, para que ele reassuma a cadeira de deputado e possa votar em Nonô. O líder do PSDB na Casa, Alberto Goldman (SP), confirmou que os tucanos também adotarão a mesma estratégia. Nonô vem demonstrando disposição em arrebanhar os votos de Michel Temer, que foi rifado da disputa após o PMDB governista ter fechado o apoio a Aldo. A ação do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL) no episódio revolta os aliados de Temer.

- A traição está no DNA do Renan. Ele fez isso com o Collor, com o Fernando Henrique e agora está fazendo com o Temer - protestou Geddel Vieira (PMDB-BA).

Nonô registrou sua candidatura ao mesmo tempo de Temer, após conseguir o apoio de oposicionistas, como PPS.

- Não estamos discutindo se Aldo é um bom nome ou se Nonô é do PFL. Não podemos premiar um governo que pagava mensalão - afirmou o presidente nacional do PPS, Roberto Freire (PE).