Título: Campeões de vendas sem vagas
Autor: Samantha Lima
Fonte: Jornal do Brasil, 02/10/2005, Economia & Negócios, p. A18

Mas se os setores que dependem da renda ainda reagem timidamente em termos de planos de contratação, o que esperar dos segmentos que experimentam saltos nas vendas, como o de bens de consumo duráveis? Nada, avalia a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

- A indústria de bens de consumo duráveis já contratou muito no fim de 2004 e no início de 2005, para atender à forte demanda interna puxada pelo crédito farto. Não há espaço para novas contratações - avalia o economista Paulo Mol, da CNI.

É o que se verifica na unidade de produção de televisores da Phillips, em Manaus. A empresa fechou 2004 com alta de 40% na produção e, para 2005, a previsão é expandir outros 20%. Mas as contratações futuras estão descartadas.

- Tivemos um segundo e terceiro trimestres muito positivos. Mas não estamos cogitando novas contratações porque já ampliamos nossos quadros em 25% este ano, nos preparando para a alta do consumo no fim do ano e para a Copa de 2006 - explica José Fuentes, vice-presidente de consumer eletronics da Phillips.

Se já concluiu o programa de contratações, o setor ainda terá muitos dias de boas notícias no que se refere ao faturamento.

- Apesar de um tropeço no terceiro trimestre, por conta de juros ainda altos e queda na confiança do consumidor, o setor ainda crescerá puxado pelo crédito, que continuará impulsionando as vendas - prevê a economista-chefe da Mellon Global Investment, Solange Srour.