Título: Deflação estimulará emprego
Autor: Samantha Lima
Fonte: Jornal do Brasil, 02/10/2005, Economia & Negócios, p. A18

Os setores mais dependentes da expansão da renda no mercado interno tem tido desempenho modesto na geração de postos de trabalho este ano. Mas a economista Luciana de Sá, da Federação das Indústrias do Rio (Firjan), afirma que as recentes deflações vão paulatinamente elevar os ganhos dos trabalhadores. Segundo ela, o aumento do poder de compra vai acabar se refletindo no aquecimento de setores industriais, porém só no começo de 2006.

- Não tenho dúvida de que, com juros e inflação em queda, teremos um início do ano com emprego em alta.

Em alguns poucos casos, no entanto, perspectiva positiva aliada à sazonalidade pode antecipar os planos de contratação. O Grupo CSU pretende dar emprego a 2.500 pessoas ainda este ano em suas empresas de cobrança e de call-center. Essas atividades já empregam hoje 11.500 trabalhadores.

- Nosso segmento vai bem quando o crédito se expande, como ocorreu este ano. Estamos há sete meses com crescimento. E fim de ano é uma época ótima para cobrança de ativos, o que intensificará as contratações temporárias. Mas nosso plano é efetivar 80% dessas pessoas - comemora Marco Antônio Theodoro, diretor comercial da CSU Credit & Risk e da CSU Telesystems.

O executivo acredita que a força do emprego formal depende do segmento de serviços.

- Com US$ 1 milhão em investimentos, criamos 200 vagas, ao passo que a indústria, com esse mesmo valor, abre apenas 15 vagas.