Correio Braziliense, n. 21694, 09/08/2022. Política, p. 2

Reunião e recados aos bolsonaristas



O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, recebeu, ontem, um grupo de 12 advogados apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) para falar sobre a defesa da democracia e do sistema de votação brasileiro. No encontro, o ministro mandou uma série de recados aos que atacam o processo de votação.

Fachin começou deixando claro ao grupo que “pseudoafirmações de fraude” não vão prejudicar o pleito.  “A Justiça Eleitoral, nesse panorama, atuará de modo firme a evitar que as pseudoafirmações de fraude comprometam a paz e a segurança das pessoas e arrisquem a eficácia da escolha popular”, afirmou.

Ele declarou que “a retórica incendiária baseada em desinformação viola o direito e produz efeitos sociais extremamente nocivos, semeando a conflituosidade, colocando instituições e pessoas em rota de colisão, e atraído a perspectiva de viola o direito e produz efeitos sociais extremamente nocivos, semeando a conflituosidade, colocando instituições e pessoas em rota de colisão, e atraído a perspectiva de violência em diversos níveis”.

Os advogados bolsonaristas solicitaram a reunião com Fachin depois de saberem que o ministro se reuniu, no mês passado, com juristas do grupo Prerrogativas — apoiador do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT). À época, o presidente do TSE afirmou que a Justiça “não tolerará violência” durante o processo eleitoral deste ano.

Aos bolsonaristas, o ministro voltou a destacar o risco de cenário de convulsão no período eleitoral. “É preciso assinalar que a retórica incendiária, baseada em desinformação, viola o direito e produz efeitos sociais extremamente nocivos, semeando a conflituosidade, colocando instituições e pessoas em rota de colisão, e atraído a perspectiva de violência em diversos níveis”, destacou.

Os advogados bolsonaristas disseram a Fachin que confiam no processo eleitoral, mas pediram “maior diálogo” em relação a temas como as urnas eletrônicas. Em nota, o grupo manifestou apoiar à reeleição de Bolsonaro e defendeu o direito de “criticar e questionar” o processo eleitoral sem serem tachados de “negacionistas eleitorais”, “fascistas” ou “antidemocráticos”.

“Criticar e duvidar faz parte da essência humana e não pode a manifestação da dúvida e da crítica ser criminalizada como crime de opinião”, defenderam.

Por meio de nota, o grupo tenta atribuir as incertezas sobre o processo eleitoral a um receio que atribuem a um percentual expressivo de eleitores. “A dúvida de boa parte da população brasileira é quanto à tecnologia aplicada a essas urnas eletrônicas, e essas dúvidas e críticas não podem ser criminalizadas, censuradas ou simplesmente abolidas como se fossem algo abjeto”, salientam. (LP)