Título: Crise petista acelerou mudanças
Autor: Mariana Santos
Fonte: Jornal do Brasil, 02/10/2005, Brasília, p. D1

O novo quadro partidário que se desenhou no DF sofreu reflexos da grave crise que acertou em cheio o PT e o Palácio do Planalto. Os dois petistas com maior volume de votos no pleito passado não estão mais nos quadros do PT. O senador Cristovam Buarque, que por um ano foi ministro da Educação do governo Lula, deixou a legenda atirando. Filiou-se ao PDT e quase esvaziou a executiva regional petista, levando o presidente Wilmar Lacerda e três secretários. Nos planos de Cristovam, que alcançou 600 mil votos em 2002, estão a disputa pela presidência da república. A deputada federal Maria José Maninha também deixou o partido no qual militou por 25 anos e desembarcou no recém-criado PSol. Há quem acredite que com a decisão Maninha enterrou as chances de uma reeleição no ano que vem. Ela foi a petista mais bem votada para a Câmara, com 98 mil votos. No caso de manutenção da verticalização, as coligações possíveis para a deputada podem ainda ficar mais restritas, já que a presidente nacional do PSol, a senadora Heloísa Helena, disputará o Palácio do Planalto.

Além de Cristovam, o PDT do distrital Peniel Pacheco recebeu ainda José Antônio Reguffe, que pode se lançar candidato distrital pela terceira vez.

- Não poderia deixar de acompanhar Cristovam neste momento difícil em que ele saiu do PT, o que eu torcia - justifica Reguffe, que deixou o PPS.

No entanto, houve quem se beneficiasse dos últimos escândalos políticos que colocaram Brasília sob olhares de todo o País. O empresário Sebastião Buani, dono do restaurante Fiorella que virou figura conhecida na mídia, acredita que ganhou notoriedade suficiente para eleger-se deputado distrital em 2006. Autor da denúncia de pagamento de mensalinho de R$ 70 mil ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti (PP-PE), Buani virou figura conhecida na mídia e desembarcou no PTB a convite do presidente regional Gim Argello. Assediada pelas câmeras, sua esposa, Diana, também virou petebista, mas sem intenções de disputar nas urnas. Pelo menos por enquanto. (MS)