De manhã, antes de viajar a São José dos Campos (SP), Bolsonaro conversava com apoiadores em frente à residência oficial quando começou a ser provocado pelo influenciador Wilker Leão, como mostra vídeo gravado pela TV Globo. Ele perguntou ao chefe do Executivo por que ele “decidiu limitar a delação premiada”. Simpatizantes do presidente rechaçaram o questionamento, e o youtuber acabou empurrado e derrubado no chão. Leão se levantou, ainda gravando, e fez outra pergunta a Bolsonaro: “O que você acha da violência que eu acabei de sofrer aqui?” Seguranças tentaram retirá-lo do local, mas ele afirmou que não sairia de um espaço público.

O youtuber elevou o tom de voz e xingou o presidente de “tchutchuca do Centrão” e “covarde”. O chefe do Executivo ia entrar no carro para seguir a agenda oficial de campanha, mas retornou, se aproximou do influenciador e, ao tentar pegar o celular da mão de Leão, puxou a gola da camisa do rapaz e segurou o braço dele.

Na confusão, seguranças afastaram o influenciador de perto do chefe do Executivo. Após uns cinco minutos, Leão conseguiu a entrevista que queria. Bolsonaro respondeu às perguntas do influenciador sobre alterações na lei da delação premiada, orçamento secreto, reforma tributária, posse de armas e aliança com partidos do Centrão. A alguns metros de distância, sem o celular em mão, o youtuber fez os questionamentos, respondidos de forma amena pelo presidente.

“Eu preciso aprovar as coisas no Parlamento, certo? Se for para aprovar sozinho, eu sou ditador. Fecha tudo, fecha Supremo, fecha Congresso, fecha tudo, e eu resolvo as coisas sozinho. Eu tenho de ter o apoio do Parlamento. Os partidos de centro são quase 300 dos 513 parlamentares. Como vou aprovar um projeto simples de lei dispensando 300 votos?”, argumentou Bolsonaro.  

Em seguida, o presidente viajou a São José dos Campos. Na cidade, participou de uma motociata. Em visita ao Parque Tecnológico, discursou sobre o futuro da economia e a liberdade de expressão.

Mais tarde, em postagem no Twitter, destacou a redução de impostos na sua gestão. “Alimentos, combustíveis, gás de cozinha, energia, medicamentos, eletrodomésticos, games, carros, motos, suplementos e mais centenas de itens: nunca tantos impostos foram reduzidos como nos últimos anos. Nosso compromisso é seguir reduzindo e zerando sempre que for possível”, escreveu. “Ao contrário do que diziam, mostramos que é possível, sim, reduzir essa carga superpesada. Basta uma política econômica eficiente e respeito com o dinheiro dos brasileiros. Essa tem sido nossa grande diferença: ao invés de se servir do povo, nós passamos a servir ao povo.”