Título: Envolvidos na denúncia negam acusação
Autor: Hugo Marques
Fonte: Jornal do Brasil, 01/10/2005, País, p. A7

Os advogados da apresentadora Xuxa Meneghel e do banqueiro Daniel Dantas negam que seus clientes tenham feito qualquer operação financeira ilegal ou sem informar à Receita Federal. Em nome de Xuxa, o advogado Luiz Cláudio Moreira disse que a Xuxa International Corporation, filial da Xuxa Promoções e por meio da qual a apresentadora mantém negócios no exterior, ''é uma empresa lícita, que declara ao fisco brasileiro todos os seus resultados, como a lei exige'':

- Nunca fizemos transações por meio de doleiros. Tudo sempre é declarado à Receita. Mas, no campo das hipóteses, até porque eu não conheço essas operações, se algum fornecedor eventualmente indicou essa corretora Beacon Hill para receber pagamentos da Xuxa, a empresa não tem de dar conta disso - afirmou.

Nélio Machado, advogado de Daniel Dantas, disse estar surpreso com a futura abertura dos inquéritos e que ''não há nenhuma procedência'' nas acusações da PF de que seu cliente supostamente praticou os crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

- Jamais tive qualquer conhecimento sobre Daniel Dantas dando ciência de seu envolvimento com esse caso. É estranho que se divulgue isso agora sem sabermos de nada - afirmou Nélio Machado.

O procurador do jogador Romário, Luiz Moraes, não respondeu aos recados deixados pela reportagem na caixa postal de seu celular na tarde de ontem.

Também serão alvo de inquéritos as transferências de US$ 130 milhões (R$ 292 milhões) feitas pelo Banco Pactual. No Pará, o grupo empresarial Marcos Marcelino - que vende máquinas pesadas e automóveis - terá de apresentar explicações sobre US$ 60 milhões (R$ 135 milhões) movimentados pela empresa Business Trading, através de doleiros. O endereço apresentado pela empresa é o mesmo do grupo empresarial. Em junho, o chefe do departamento jurídico do grupo, Cláudio Ferreira, afirmou que a Marcos Marcelino parou de negociar com a Business Trading.

Outros inquéritos irão investigar os US$ 2,87 milhões (R$ 6,4 milhões) movimentados pelo chinês Jae Hyun. Outra investigação é sobre US$ 1,8 milhão (R$ 4 milhões) em operações de Carlos Chebabe, acusado de envolvimento com a máfia dos combustíveis.